Mais de 120 trabalhadores de ONG acusados de abusos sexuais em 2017
Mais de 120 trabalhadores de ONG britânicas foram acusados de abusos sexuais no ano passado, afirma hoje o jornal diário britânico The Sunday Times, que esta semana revelou que cooperantes da Oxfam contrataram prostitutas no Haiti depois do sismo de 2010.
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Mundo Reino Unido
Segundo os números publicados pelo jornal, das ONG (Organizações Não Governamentais) analisadas, a Oxfam registou 87 casos no ano passado, a Save the Children 31, dos quais 10 "foram transmitidos à polícia e às autoridades civis", e a organização Christian Aid registou dois incidentes.
No caso da Oxfam, com 5.000 empregados e uma rede de 23.000 voluntários, a organização transmitiu às autoridades 53 acusações, sublinha o The Sunday Times.
Segundo a Save the Children, os 31 casos registados ocorreram no estrangeiro e 16 pessoas foram despedidas na sequência das acusações.
A Christian Aid afirmou que afastou um dos seus trabalhadores e adotou "ações disciplinares" contra outro.
A Cruz Vermelha no Reino Unido admitiu que houve "uma pequena quantidade de casos de assédio", que o jornal quantifica em cinco.
Um ex-trabalhador da Cruz Vermelha e das Nações Unidas, Andrew MacLeod, defendeu que existe uma falta de respostas contra a "pedofilia institucionalizada" entre os cooperantes em missões internacionais.
O jornal "The Observer" revela hoje acusações de um antigo trabalhador da Oxfam que pormenoriza a forma como os cooperantes utilizaram prostitutas no Chade em 2006.
Naquele momento, o chefe da missão no Chade era Roland van Hauwermeiren, que se demitiu em 2011 depois de admitir a exploração sexual de mulheres depois do sismo que devastou o Haiti em 2010.
"Tenho muito respeito pela Oxfam, fazem um grande trabalho, mas este é um problema que afeta todo o setor", afirmou o ex-trabalhador da organização britânica ao The Observer.
A ministra da Cooperação Internacional britânica, Penny Mordaunt, afirmou hoje que escreveu a todas as ONG que recebem fundos públicos no Reino Unido para clarificarem as medidas que adotam para evitar casos de abusos.
"Em relação à Oxfam e qualquer outra organização que tenha problemas de proteção (contra esses casos), esperamos que cooperem por completo com as autoridades. Deixaremos de dar fundos a qualquer organização que não o faça", disse.
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