Criança judia que usava quipá agredida em França
A agressão sofrida por um menor de oito anos que usava um quipá em Sarcelles, norte de Paris, despertou a indignação da classe política e forte comoção na comunidade judaica, que acredita tratar-se do ressurgimento de atos antissemitas.
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Mundo Violência
A agressão ocorreu e segunda-feira à noite e o rapaz foi empurrado para o chão e agredido por dois adolescentes.
Apesar de os agressores não terem pronunciado nenhum insulto, o quipá [pequeno barrete que cobre o alto da cabeça] do rapaz era "visível", de acordo com a justiça francesa, que manteve "motivo antissemita" como enquadramento legal na agressão.
O rapaz, membro de uma família que frequenta a grande sinagoga de Sarcelles, também usava um xaile de oração, cujas franjas eram visíveis sob o casaco, de acordo com um líder da comunidade judaica, entrevistado pela agência de notícias francesa AFP.
A criança disse que adultos que assistiram à cena, sem intervir.
Os fatos despertaram a indignação das autoridades e até do Presidente francês, Emmanuel Macron.
"É toda a República que se coloca, especialmente hoje, ao lado dos judeus franceses para lutar com eles e por eles contra cada um desses atos ignóbeis", sublinhou o chefe de Estado, numa mensagem colocada na rede social Twitter.
A condenação do ato também ocorreu entre a classe política.
Marine Le Pen (da Frente Nacional, de extrema-direita) pediu "atos" contra o "antissemitismo virulento carregado pelo islamismo radical" e Jean-Luc Mélenchon (esquerda radical) mostrou-se "revoltado pela agressão contra uma criança que teve como motivo a sua religião".
Em Sarcelles, onde vive uma grande população judia sefardita, o deputado e ex-autarca socialista François Pupponi não escondeu a sua indignação.
"O que mais nos preocupa é o facto de ser o segundo ataque gratuito visando um membro da comunidade judaica" em três semanas, disse Pupponi.
No dia 10 de janeiro, ocorreu outro ataque, mas a justiça não considerou esta como tendo motivação antissemita.
"Estamos, ao mesmo tempo, preocupados e tranquilos. Estamos preocupados porque é a segunda agressão num mês e tranquilos porque o autarca está empenhado em fortalecer a segurança no bairro judeu. A criança está bem", disse o presidente da comunidade judaica de Sarcelles, Moses Kahloun.
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