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China continua a envelhecer apesar do fim da política do filho único

Dois anos depois do fim da política do filho único, que durante décadas atormentou as mulheres na China, as taxas de natalidade continuam a cair e agora são os próprios chineses que resistem a ter outro filho.

China continua a envelhecer apesar do fim da política do filho único
Notícias ao Minuto

11:28 - 28/01/18 por Lusa

Mundo Demografia

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, o número total de nascimentos na China diminuiu aproximadamente 630 mil em 2017 em comparação com 2016, enquanto a população com mais de 60 anos aumentou de 16,7% para 17,3%, entre 2016 e 2017.

No dia 1 de janeiro de 2016 entrava em vigor a reforma legislativa que permitiu a todos os casais chineses terem dois filhos, pondo fim a quase quatro décadas de um rigoroso controle de natalidade que, segundo estimativas, evitou cerca de 400 milhões de nascimentos e acabou por causar estragos na pirâmide populacional.

Para trás ficou a imagem de meninas abandonadas em cestas às portas dos orfanatos que desencadeou uma onda de adoções internacionais nos anos noventa do século XX e na primeira década do século XXI, escreve a agência noticiosa espanhola Efe.

Hoje, a China precisa de crianças para travar o envelhecimento de população, mas os elevados custos em áreas como a educação ou as novas prioridades de trabalho das mulheres estão a impedir os que queiram ter um ou dois filhos.

"Tem que se planear muito e fazer cálculos do que vai custar", disse à Efe Sun Zeyu, uma jovem de 28 anos, mãe de uma menina e que gostaria de ter outro filho.

Na sua opinião, o mais importante para os casais é que possam contar "com a ajuda dos seus pais" para ter filhos, porque "é necessário muita dedicação" e hoje as mulheres querem trabalhar.

"A China deve criar políticas para incentivar a taxa de natalidade, proibir o aborto e resolver a dificuldade das crianças em entrar nas creches", defendeu Sun Zeyu.

De acordo várias investigações publicadas na imprensa local, as preocupações com as finanças, o impacto na carreira dos pais ou a complexidade da educação são os principais motivos para as famílias hesitarem ter um segundo filho.

Dados do Comité de Trabalho de Psicologia Social de Pequim indicam que apenas 10,8% da população tem dois filhos, apesar de 58,6% dizerem que gostariam de estar nessa situação.

Este número era de 70,4% em 2001, quando a política do filho único ainda estava em vigor e milhões de chineses tinham que cumprir as regras porque não podiam pagar as enormes multas por incumprimento da lei.

Porém, dos 17,23 milhões de bebés nascidos em 2017, 51% têm um irmão mais velho, cinco pontos percentuais a mais do que em 2016, o que para a Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar demonstra o sucesso da política do segundo filho.

Mas para os demógrafos chineses esta subida ainda não é suficiente e defendem que a China deve criar mais políticas de apoio para incentivar os casais a ter filhos, como reduzir impostos ou atribuir subsídios.

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