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Maquinista estava distraído ao ponto de não saber onde estava

O maquinista do comboio que na semana passada descarrilou na Galiza e fez 79 mortos assumiu perante o juiz de instrução que na noite do acidente se distraiu ao ponto de não saber onde estava.

Maquinista estava distraído ao ponto de não saber onde estava
Notícias ao Minuto

12:28 - 29/07/13 por Lusa

Mundo Compostela

Francisco José Garzón Amo, que conduzia o comboio na altura do acidente, falava perante o juiz Luis Aláex na tarde de domingo, tendo saído da audiência em liberdade, mas sujeito a apresentações semanais, depois de admitir em tribunal “uma negligência”.

Hoje, a agência Efe cita fontes próximas do caso para escrever que o maquinista, suspeito de 79 crimes de homicídio e numerosos crimes de lesões, todos por negligência profissional, reconheceu que circulava a mais do dobro da velocidade permitida na curva conhecida como ‘A Grandeira’, limitada a 80 km/h.

Afirmou também que não pensava estar naquele ponto da viagem e que, quando quis travar, o que chegou a fazer, era demasiado tarde.

Numa audiência de cerca de duas horas, Garzón Amo admitiu que o acidente não se deveu a falha técnica nem às condições do comboio ou do traçado, mas sim a um "erro humano", uma distração.

O arguido ficou obrigado a comparecer semanalmente perante as autoridades e está proibido de sair do país sem autorização judicial durante seis meses.

Foi-lhe também retirada a licença profissional para a condução de comboios pelo mesmo período.

A sessão de domingo, que teve início às 19:00 no Tribunal Superior de Justiça da Galiza, começou com uma diligência relacionada com o seu telemóvel.

Fontes próximas do caso disseram à Efe que a polícia esteve a analisar o tráfego de chamadas dos telemóveis do arguido para determinar em que momentos do passado dia 24 de julho foram usados, nomeadamente se foram utilizados nos momentos antes do acidente.

Nem o procurador, Antonio Roma, nem as restantes partes envolvidas no processo - a transportadora Renfe, a administradora da rede ferroviária Adif e duas seguradoras - pediram a prisão preventiva do condutor.

No total, o acidente fez 79 mortes, a última das quais ocorreu no domingo quando uma norte-americana de origem porto-riquenha, Myrta Fariza, não resistiu aos ferimentos.

O acidente ocorreu na quarta-feira às 20:45 locais (19:45 em Lisboa), quando o comboio de alta velocidade, que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol com quase 250 passageiros a bordo, descarrilou a três quilómetros de Santiago de Compostela, tendo-se registado, em seguida, uma explosão numa das carruagens.

O descarrilamento da composição provocou ainda 178 feridos.

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