Extinção dos neandertais terá sido lenta ao contrário do que se pensava
A extinção dos neandertais, que antecederam o homem moderno, foi lenta, defende o arqueólogo espanhol Joseba Ríos-Garaizar, refutando a tese de que as alterações climáticas precipitaram o seu desaparecimento há cerca de 38 mil anos.
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Mundo Especialista
"Há que acabar com a ideia de que os neandertais se extinguiram basicamente porque eram incapazes de se adaptar ao meio ambiente e ao clima", afirmou o especialista, em declarações à agência noticiosa espanhola Efe.
Segundo Ríos-Garaizar, alguns estudos sugerem que, há 70 mil anos, a população neandertal sofreu uma "grande contração" ligada a "um agravamento do clima muito rápido", com uma diminuição dos recursos disponíveis, que provocou provavelmente o isolamento de uns grupos e a extinção de outros.
O arqueólogo lembra que, apesar destas circunstâncias, os neandertais foram capazes de superar adversidades, ao ponto de "as suas melhores expressões culturais se terem produzido imediatamente depois".
O perito espanhol sublinha que os neandertais viveram em "lugares geográficos com características muito distintas", tanto em "épocas glaciares duríssimas", como em ambientes "quase tropicais", aos quais foram "capazes de se adaptar" graças a "uma tecnologia" que era "variável e diferente" consoante as situações.
No entanto, Ríos-Garaizar admite como provável que a chegada dos primeiros homens modernos à Europa, há 43 mil anos, tenha surpreendido os neandertais num momento de "equilíbrio precário", confrontados com a presença de "uma nova espécie" que "era competidora direta pelos mesmos recursos".
Na Europa, a população neandertal "estava a diminuir aos poucos", ao contrário da dos homens modernos, que começava a proliferar vinda de África e do Médio Oriente, de acordo com o arqueólogo.
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