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"Marchas das Mulheres" no primeiro aniversário da presidência Trump

As "Marchas das Mulheres" tomaram hoje as ruas das principais cidades dos Estados Unidos, onde dezenas de milhares de pessoas se manifestaram a favor da igualdade de género, no dia do primeiro aniversário da presidência de Donald Trump.

"Marchas das Mulheres" no primeiro aniversário da presidência Trump
Notícias ao Minuto

23:39 - 20/01/18 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Previa-se que a marcha de Nova Iorque fosse uma das maiores, com cerca de 85.000 manifestantes registados no evento na internet, mas a organização indicou que o número real é ainda mais elevado, um ano após terem desfilado 400.000 pessoas, segundo o gabinete do presidente da câmara da cidade.

Às primeiras horas da manhã, já havia pessoas a deslocar-se para o ponto de encontro, convocado para o lado oeste do Central Park, que ficou sobrelotado e transpirava "energia, força e união", relataram à agência noticiosa espanhola Efe as nova-iorquinas Lisa e Mehely, depois de encabeçarem a marcha.

Seguindo a linha crítica em relação ao Governo de Trump que dominou o evento em todo o país, as mulheres repetiram um dos seus lemas, dedicado ao Presidente, no aniversário da sua chegada à Casa Branca: "Bem-vindo ao teu primeiro ano! Por que raio é que ainda aí estás?".

Na sua conta da rede social Twitter, Trump pareceu ignorar o sentimento geral das manifestações e escreveu que era um "dia perfeito para todas as mulheres marcharem", destacando também que os Estados Unidos têm o "nível de desemprego feminino mais baixo em 18 anos".

Apesar disso, na maioria dos cartazes, o protagonismo foi para o descontentamento com as reformas migratória e sanitária que impulsionou, as exigências de igualdade de direitos para mulheres, imigrantes e membros da comunidade LGBT, e os protestos feministas e contra as agressões sexuais.

Perto do Bryant Park, até onde avançou a marcha de mais de quatro horas em Nova Iorque, encontrava-se Leslie, que disse à Efe: "É um ano importante, porque podemos votar para recuperar a Câmara [dos Representantes] e o Senado e tirar o poder" a Trump.

Referia-se às eleições intercalares, que se realizarão em novembro próximo.

A organização da "Women's March", que no ano passado se centrou em Washington DC, onde se situa o Capitólio, e reuniu 500.000 pessoas, procurou hoje precisamente transformar os protestos em ação política, encorajando as mulheres a candidatarem-se a cargos públicos e fomentando o voto.

"Para enviar uma mensagem forte de que as mulheres vão liderar as vitórias eleitorais em 2018, tínhamos que ir para um estado relevante. Escolhemos o Nevada", explicou à estação televisiva norte-americana CNN uma das organizadoras, Linda Sarsour.

Em Las Vegas, capital desse estado que, nas últimas eleições, passou de republicano para democrata, votando em Hillary Clinton, a marcha incorpora a campanha "PowerToThePolls" (Poder ao Voto) e contará no domingo com representantes de associações cívicas como Planned Parenthood e Black Lives Matter, para impulsionar o recenseamento eleitoral e a mobilização política.

Outras cidades em que milhares de pessoas saíram hoje à rua foram Washington, Denver, São Francisco e Los Angeles, tendo esta última contado com a participação de estrelas de Hollywood.

As atrizes Viola Davis, Natalie Portman e Eva Longoria foram algumas das mulheres que tomaram o microfone para incentivar ao poder das mulheres e falar dos escândalos de abusos sexuais na indústria cinematográfica revelados nos últimos meses, que desencadearam movimentos feministas e de denúncia social como #MeToo e #Time'sUp.

Entre hoje e domingo, há centenas de marchas e ações agendadas a nível global em torno dos direitos das mulheres, nas capitais de países como Argentina, Quénia, China, Canadá, Austrália e Itália, mas também em cidades secundárias e localidades mais pequenas.

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