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Autoridades do Mali detêm 36 polícias acusados de deserção

As autoridades malianas detiveram esta semana 36 polícias que tinham sido colocados no centro do país por deserção, confirmaram à AFP várias fontes dos setores da segurança e militar.

Autoridades do Mali detêm 36 polícias acusados de deserção
Notícias ao Minuto

23:12 - 19/01/18 por Lusa

Mundo Segurança

O incidente ocorreu depois de o governo ter anunciado na semana passada o lançamento iminente de uma "vasta operação" de segurança no centro do país, onde grupos de milicianos têm estado particularmente ativos nos últimos meses.

"Trinta e seis polícias de uma unidade de elite que desertaram dos seus postos, na terça-feira, no centro do Mali, para regressarem ao sul foram interpelados no dia seguinte, a nove quilómetros de Bamaco e detidos em vários locais da capital", disse fonte militar à agência de notícias.

Estes 36 polícias pertenciam à "força de ação rápida da polícia maliana, colocada na localidade de Ngomakoura", adiantou uma outra fonte, do setor da segurança. Os polícias desertaram por "recusarem executar as ordens recebidas", ainda segundo esta mesma fonte.

Um dos polícias justificou a deserção por a hierarquia não ter cumprido promessas feitas. "Prometeram-nos uma dispensa de exame para obter o certificado inter-armas, pela nossa bravura", afirmou à AFP, referindo-se a um diploma militar necessário para progredir na carreira.

"Não só não nos deram a promoção, como nos disseram para partir na segunda-feira (dia 15 de janeiro) para Sokolo, onde estão os 'jiadistas' (milicianos extremistas). Os 36 disseram 'não' e tomaram a direção de Bamaco. Não tínhamos equipamentos nem medicamentos suficientes", acrescentou.

Mas um eleito local afirmou que os desertores estavam "pesadamente armados" à sua chegada a Baguinéda, perto de Bamaco, sem dar mais detalhes.

No seu relatório trimestral sobre o Mali, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, considerou "extremamente preocupante" a situação no norte e centro do país, "em, particular nas regiões Mopti e de Ségou, onde há mais atos terroristas ou ligados ao terrorismo que no conjunto das cinco regiões do norte".

O norte do Mali, em março-abril de 2012, ficou sob controlo de grupos de milicianos ligados à Al-Qaida. Estes grupos foram em grande parte expulsos por uma operação militar lançada em janeiro de 2013, por iniciativa da França, que ainda decorre.

No entanto, existem áreas inteiras do país que ainda estão fora do alcance das forças do Mali, das tropas francesas e dos 'capacetes azuis' da Minusma (um contingente que ronda os 12 mil operacionais), que são regularmente alvo de ataques.

Portugal foi um dos países que destacou forças para integrar esta missão internacional militar no Mali, contando atualmente com dois elementos ao serviço das Nações Unidas.

A par desta missão, Portugal tem 10 militares no Mali ao serviço de uma força destacada pela União Europeia.

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