No dia em que os deputados catalães elegeram Roger Torrent, do partido independentista ERC, como novo presidente do parlamento da Catalunha, Carles Puigdemont publicou um tweet onde apela a uma Catalunha livre e que está acompanhado de um vídeo com imagens do referendo sobre a independência do dia 1 de outubro, da violência policial sobre os cidadãos que foram votar e com imagens numa sequência que mostram Mariano Rajoy, Adolf Hitler e o General Franco.

“Eles só compreendem o medo, a violência e a imposição. Vamos ensinar-lhes que não há nada que possa dobrar o espírito livre, pacífico e democrático de um povo. Vamos restituir as nossas instituições. Estamos a lutar pelo país. Estamos a exercer a nossa dignidade. Vida longa à terra e vida longa a uma Catalunha livre!”, pode ler-se no tweet do antigo líder da Generalitat catalã.

A mensagem de Puigdemont é semelhante à dos últimos meses, mas o vídeo é que está a gerar polémica em Espanha, de acordo com o The Guardian. A Federação das Comunidades Judaicas Espanholas não apreciou a comparação entre o nazismo e o que se passou na Catalunha no dia do referendo da independência.

Només entenen de por, violència i imposició. Els ensenyarem que no hi ha res que pugui doblegar l'esperit d'un poble lliure, pacífic i democràtic. Recuperem les nostres institucions. Lluitem pel país. Exercim la dignitat. Visca la terra, i visca Catalunya lliure! pic.twitter.com/fz5VRScKVn

— Carles Puigdemont  (@KRLS) 17 de janeiro de 2018

“O uso de imagens e fotografias enganadoras relacionadas com a Segunda Guerra Mundial não faz qualquer sentido e mina a credibilidade da mensagem”, pode ler-se num comunicado da federação que acrescenta que apoia a lei espanhola e a constituição.

Mas fontes próximas de Puigdemont já se apressaram a refutar as comparações que parecem ser sugeridas pelo vídeo, revela o jornal britânico. “Ele não estava a fazer qualquer comparação entre Franco, Hitler e o Partido Popular de Rajoy. Ele limitou-se a partilhar o vídeo e a afirmar que era impressionante porque mostrava o poder do povo catalão no dia 1 de outubro”.

No próximo dia 31 de janeiro vai decorrer o debate de investidura do próximo presidente da Generalitat catalã, com a possibilidade de Carles Puigdemont voltar a ser eleito como líder da Catalunha.