Igreja reclama mais ações do Governo para garantir alimentos à população
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) reclamou hoje ao Governo do Presidente Nicolás Maduro mais ações para garantir alimentos e bens essenciais à população.
© Reuters
Mundo Venezuela
"São insuficientes as medidas que o Governo implementa para dar alimento ao povo e tendem a criar mendicidade e maior dependência dos apoios estatais", refere a CEV num comunicado divulgado hoje em Caracas.
No documento, a CEV denuncia que as políticas governamentais têm levado a "uma contração da livre iniciativa, do empreendimento, da capacidade das pessoas e das empresas para criar emprego e do estímulo para uma melhor formação profissional".
Por outro lado, "as políticas sociais e económicas estão infetadas do mordo da corrupção", sublinha, denunciando que o férreo sistema de controlo cambial tem travado injustamente a empresa privada.
"Estas políticas têm dado como resultado o aumento da pobreza, o desemprego, a carência de bens básicos, descontentamento e desespero geral (...), como já advertiram os bispos: a raiz dos problemas está na implementação de um projeto político totalitário, empobrecedor, rentista (dependente de rendas) e centralizado, que o Governo se empenha em manter", critica.
No longo documento, a CEV insiste que a Assembleia Constituinte (AC) criada por Nicolás Maduro "é inconstitucional e ilegítima, na origem e desempenho" e "pretende erguer-se como um supra poder com junções executivas e judiciais".
Acrescenta que o regime, através da Lei Contra o Ódio e a Intolerância, nascida da AC, "criminaliza toda manifestação contrária e propicia a multiplicação e difusão de rumores e especulações, cujo efeito é consolidar um controlo absoluto de atividades e provocar o medo e a auto-censura".
Por outro lado, a CEV adverte que a retirada dos direitos à população deixam duas possibilidades: "a perda definitiva da liberdade, com todas as suas consequências, ou ações de resistência e rebeldia contra o poder usurpador".
Segundo a CEV, "é preciso reestruturar de maneira imparcial o Conselho Nacional Eleitoral".
Para os bispos venezuelanos, "é indispensável" a abertura de um canal humanitário de assistência, perante os casos de desnutrição, mortes por inanição e protestos por fome".
"A Venezuela necessita dde uma mudança de rumo. O Governo fracassou na tarefa de garantir bem-estar à população: nem os serviços públicos, nem a indústria petrolífera, nem os organismos de segurança, nem a sanidade pública, nem os organismos têm sabido responder às necessidades das pessoas. As eleições são o meio democrático para conseguir esse câmbio de rumo. Exigimos a publicação de um calendário eleitoral", adianta o documento.
A nota sublinha que "a liberdade é um direito humano inalienável, não negociável e uma exigência da democracia". Também que a CEV se solidariza com centenas de presos políticos, asilados e detidos "por qualquer coisa, muitos em situações infra-humanas, doentes, privados de visitados de familiares, aos que é negado o direito ao livre processo".
"Devem ter liberdade plena e os organismo do Estado têm que investigar as denúncias de torturas e castigar os responsáveis", conclui.
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