"Dêem uma oportunidade" ao governo da Áustria, pediu chanceler coligado
O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, aliado da extrema-direita austríaca, pediu hoje aos líderes europeus que "dêem uma oportunidade" à coligação governamental que lidera, conhecida pelas posições anti-imigração e contra a reforma da União Europeia (UE).
© Reuters
Mundo Sebastian Kurz
"Peço que dêem uma hipótese e que julguem o nosso programa e as nossas ações. E talvez possamos convencê-los nos próximos anos", disse o chanceler conservador, após um encontro em Paris com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
"Sobre muitas questões, temos visões comuns, uma linha praticamente idêntica", afirmou Sebastian Kurz, o mais jovem governante europeu (31 anos), referindo-se, em particular, às áreas "da segurança, luta contra o terrorismo e da radicalização, nas quais é necessária uma colaboração ainda mais estreita a nível europeu".
Kurz salientou ainda que o programa desenvolvido pelo governo de coligação austríaco, que tem como "número dois" Heinz-Christian Strache do Partido da Liberdade (FPÖ, extrema-direita), é pró-europeu.
"É um programa que quer desempenhar um papel na UE", disse o chanceler austríaco, que escolheu a sede da instituição europeia, Bruxelas, para realizar a sua primeira deslocação ao estrangeiro, a 19 de dezembro.
A Áustria assegura a presidência rotativa do Conselho da UE no segundo semestre de 2018.
Em fevereiro de 2000, no seio de uma UE então composta por 15 Estados-membros e em plena segunda presidência portuguesa da UE, a entrada do FPÖ no governo austríaco desencadeou duras críticas e sanções.
Dezassete anos depois, e num momento em que as forças populistas e anti-imigração estão a consolidar posições em muitos países, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou, em dezembro passado, estar confiante que o governo austríaco continuará a desempenhar um papel construtivo e pró-europeu na UE.
No atual governo de coligação austríaca, a extrema-direita assegura as pastas do Interior, Negócios Estrangeiros e da Defesa.
"Lamento em qualquer parte a extrema-direita, mas se ela se manifesta, é porque falhámos na luta contra as ansiedades que a alimentam", declarou, por sua vez, Emmanuel Macron.
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