"Ou largas as drogas ou vou consumir também". Como um filho salvou o pai
A história deste pai e filho brasileiros mostra como a família é um suporte importante na luta daqueles que querem deixar a dependência das drogas.
© D.R.
Mundo Brasil
Leonardo Roque cresceu sem pai e sem saber quem ele era. Aliás, na sua certidão de nascimento estava escrito que era filho de pai incógnito, algo que sempre o incomodou, ainda para mais porque era alvo de chacota por parte dos colegas de escola.
Os anos passaram e depois de completar o 19.º aniversário e descobrir que ia ser pai, este jovem brasileiro decidiu que a questão do ‘pai incógnito’ tinha de mudar.
Assim, pediu ajuda à avó materna que o havia criado e esta disse-lhe que o melhor era falar com a mãe, pois só ela sabia a resposta àquela questão.
Conta o G1 que Leonardo conversou com a mãe e esta disse-lhe que o pai se chamava Orlandino Roque e que tinham sido colegas de escola, mas que desconhecia o seu paradeiro.
O jovem não desistiu e foi até à escola que os pais frequentaram pedir ajuda à diretora. Esta compreendeu a situação e deu-lhe a morada que constava dos ficheiros escolares do pai.
Porém, quando Leonardo chegou à referida casa descobriu que a mesma havia sido vendida, pois os avós já tinham morrido. Apesar de acalentar pouca esperança, Leonardo deixou os seus contactos com um vizinho, não fosse o pai aparecer por lá.
Algumas semanas depois o inesperado aconteceu. Orlandino entrou em contacto com Leonardo, mas este inventou uma desculpa para ter deixado o seu contacto. Só alguns dias depois reuniu coragem para lhe ligar e dizer quem era na verdade.
Finalmente pai e filho conheceram-se. Realizaram o teste de ADN que confirmou o parentesco e Orlandino registou-o como seu filho.
Tudo parecia um sonho. Leonardo tinha não só um pai como uma madrasta e três irmãos. Mas o sonho rapidamente se começou a desmoronar, pois a madrasta contou-lhe que o pai era viciado em crack – uma forma mais potente e perigosa de cocaína.
O jovem ficou abalado e, durante quatro anos, tentou convencer o pai a deixar o vício, mas sem êxito até que, este ano, lhe fez um ultimato.
“Se não fores para uma clínica vais perder a tua mulher e os teus filhos, porque eu não vou insistir mais. E mais. Vou contigo e vamos consumir juntos”, disse Leonardo ao pai.
Estas palavras foram um soco no estômago de Orlandino que, com medo que o filho vivesse a dependência que ele vive, decidiu curar-se e foi mesmo para uma clínica onde ainda continua os tratamentos.
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