Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
21º
MIN 15º MÁX 22º

Suspenso adiamento de ajuste salarial de funcionários públicos no Brasil

Um juiz do Supremo Tribunal Federal (STJ) do Brasil suspendeu provisoriamente, na segunda-feira, uma medida do Governo que previa o adiamento da atualização salarial dos funcionários públicos e um aumento da quota de contribuição para as pensões.

Suspenso adiamento de ajuste salarial de funcionários públicos no Brasil
Notícias ao Minuto

07:35 - 19/12/17 por Lusa

Mundo Supremo Tribunal de Justiça

A medida cautelar, que é passível de recurso, produz efeitos imediatos, apesar de ainda ter de ser analisada pelo plenário do Supremo Tribunal que decidirá se ratifica ou não a decisão do juiz Ricardo Lewandowski quando se iniciar o ano judicial de 2018.

O Governo propunha que a subida salarial para os funcionários públicos prevista para os anos 2018 e 2019 fosse atrasada em um ano, de tal forma que o aumento para o próximo ano se fizesse efetivo em 2019 e o de 2019 somente no ano seguinte, bem como que fosse elevada de 11 para 14% a quota de contribuição para as pensões dos que auferem mais de 5.300 reais (1.365 euros).

Com essas duas iniciativas, o Governo do Presidente brasileiro, Michel Temer, tinha previsto poupar, só no próximo ano, 4.400 milhões de reais (1.133 milhões de euros).

O magistrado Ricardo Lewandowski entendeu, porém, que ambas as medidas reduziam, na prática, a remuneração dos funcionários públicos, o que vai contra a legislação brasileira.

"Não é razoável suspender o reajuste [salarial] que até há cerca de um ano foi enfaticamente defendido por dois ministros do Estado e pelo próprio Presidente da República como necessário e adequado, sobretudo porque não atentaria contra o equilíbrio fiscal", argumentou o juiz na decisão que proferiu.

Esta decisão responde a uma ação direta de inconstitucionalidade interposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e seguiu a mesma linha da procuradora-geral, Raquel Dodge, que também se mostrou a favor da suspensão agora determinada.

A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que ainda não foi notificada da decisão, mas que irá recorrer, segundo a imprensa brasileira.

O Governo de Temer, no poder desde o ano passado, impulsionou um polémico pacote de reformas liberais que inclui um ambicioso plano de privatizações e concessões e um grave ajustamento fiscal com o qual pretende equilibrar as contas públicas e acabar com o crónico e elevado défice do país.

A liminar emitida na segunda-feira adia os planos de arrecadação de receita do Governo, um revés que se soma ao atraso no trâmite da reforma do sistema de pensões que, face à incapacidade para colher os apoios necessários, vai ser votada no Congresso em fevereiro de 2018 e não este ano como desejava o gabinete de Temer.

O Ministério do Planeamento brasileiro indicou, em comunicado, que "continua comprometido com a responsabilidade da gestão fiscal e reforça a manutenção das medidas" agora suspensas, considerando-as "importantes para garantir a estabilidade das contas públicas".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório