Jerusalém. Religiosos indonésios pedem boicote a produtos dos EUA
Clérigos muçulmanos apelaram hoje ao boicote de produtos norte-americanos no maior protesto na Indonésia contra o reconhecimento pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, de Jerusalém como a capital de Israel.
© Lusa
Mundo Indonésia
Vestidos com roupas brancas e munidos de faixas com mensagens como "Indonésia unida pela Palestina" e "Salvem a nossa Palestina", cerca de 80.000 pessoas manifestaram-se na capital da maior nação muçulmana do mundo, pelo décimo dia consecutivo de protestos.
Anwar Abbas, um dos principais clérigos do Conselho Indonésio de Ulema, leu uma petição a pedir aos indonésios para deixaram de comprar produtos norte-americanos até que Trump revogue a medida.
"Não confiem nos produtos deles", afirmou, à medida que a multidão, incluindo homens, mulheres e crianças, respondia agitando as bandeiras da Indonésia e da Palestina e gritando "boicote!".
Na petição, os religiosos instaram Trump a revogar o seu reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, argumentando que isso fere a justiça internacional, viola os direitos dos palestinianos e mina os esforços de paz.
Também pediu às nações para não seguirem os EUA e não mudarem as suas embaixadas de Telavive para Jerusalém e instou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a ter uma reunião de emergência para discutir a declaração de Trump.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas está a analisar um projeto de resolução que visa rejeitar a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital oficial de Israel.
O texto, a que a agência de notícias AFP teve acesso, pede, nomeadamente, que a decisão unilateral tomada pelos Estados Unidos seja revogada. O projeto de resolução, que foi proposto pelo Egito, poderá ser votado já na segunda-feira.
Anteriores protestos antiamericanos têm feito lobby por um boicote a produtos dos EUA, mas sem sucesso.
O porta-voz da polícia de Jacarta Argo Yuwono disse que os manifestantes marcharam de forma pacífica durante cerca de três quilómetros desde o National Monument Park até à embaixada dos Estados Unidos.
Alguns órgãos de comunicação social locais estimaram o número de participantes no dobro do apontado pela polícia.
Cerca de 20.000 agentes foram destacados para garantir a segurança da manifestação.
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