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Valls e Vargas Llosa apoiam Cidadãos nas eleições na Catalunha

O ex-primeiro-ministro socialista de França Manuel Valls e o prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa apoiaram hoje a candidata do Cidadãos à presidência do Governo catalão, contra o nacionalismo "inimigo" do projeto da União Europeia.

Valls e Vargas Llosa apoiam Cidadãos nas eleições na Catalunha
Notícias ao Minuto

16:55 - 16/12/17 por Lusa

Mundo Independência

Valls e Vargas participaram hoje na ação internacional de campanha que o Cidadãos (constitucionalista, direita liberal) realizou em Barcelona, sob o lema "O futuro da Europa", ao lado da deputada catalã Inés Arrimadas e do presidente do partido, Albert Rivera, que reuniu perto de mil apoiantes, apesar de o Teatro Goya apenas ter capacidade para cerca de 600 pessoas.

Valls, que nasceu em Barcelona e que se está a envolver ativamente na campanha para as eleições regionais da próxima quinta-feira, defendeu que Espanha é uma "grande democracia" dentro de um Estado de direito, e alertou para os perigos de pôr em causa as atuais fronteiras europeias, parafraseando o antigo Presidente francês François Mitterrand: "O nacionalismo é guerra".

Para o antigo governante socialista, o nacionalismo catalão comunga do "anti-europeísmo" dos populismos "de direita ou de extrema-direita" e ameaça o futuro da União Europeia, ao "abrir a porta" a movimentos similares noutros países.

Neste sentido, referiu que o resto do mundo observa "com preocupação" a possibilidade de o projeto comunitário se fragmentar, principalmente desde que o Reino Unido votou para sair do bloco europeu, com o chamado 'Brexit'.

Por seu turno, Vargas Llosa apoiou sem reservas a candidatura do Cidadãos, partido que várias sondagens colocam em primeiro lugar.

"Quando Inés Arrimadas for presidente da Generalitat [governo catalão], teremos derrotado verdadeiramente" o nacionalismo, disse, defendendo que este partido "representa os verdadeiros valores" da Catalunha e de Espanha.

Segundo o prémio Nobel, o Cidadãos foi o partido que disse de forma "mais clara" e "sem complexos" que o "grande inimigo da democracia e do progresso é o nacionalismo".

O escritor, que viveu durante alguns anos na Catalunha, lamentou que esta comunidade, que tinha sido "um modelo de progressismo e de liberdade, rapidamente tenha retrocedido a esta forma tão primitiva e antidemocrática como o nacionalismo", que "se manifesta de forma regressiva e reacionária".

A candidata do Cidadãos centrou boa parte do seu discurso na União Europeia e advertiu que o nacionalismo é a "antítese" do projeto europeu, porque significa "voltar ao passado" e perder os valores da "união, liberdade, igualdade e solidariedade".

Arrimadas destacou o espírito "profundamente europeísta" do Cidadãos e assegurou que o "sentimento de cidadania europeia e não a identidade excludente de cada um é que pode garantir o futuro" da UE.

O líder do partido, Albert Rivera, disse acreditar que 21 de dezembro será recordado "como um marco na história da Europa", destacando que nestas eleições não estão em causa "um governo, uma maioria parlamentar ou um número de lugares", mas "a sociedade que se quer para o futuro".

As eleições regionais de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.

Várias sondagens publicadas esta sexta-feira indicam que os partidos constitucionalistas estão à frente nas intenções de voto, mas os independentistas ganham em número de lugares, sem nenhum dos blocos ter maioria absoluta.

O Cidadãos (constitucionalista, direita liberal) aparece nos estudos de opinião como o partido mais votado (23-25%) seguido de perto pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista, esquerda moderada, 20-23%) que poderia eleger mais deputados porque a lei eleitoral dá mais peso a províncias dominadas pelos independentistas.

Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados num total de 135 no parlamento regional, o que lhes permitiu formar um Governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

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