Sobe para seis número de vitimas em acidente com autocarro escolar
Acidente aconteceu esta quinta-feira.
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Mundo França
Aumentou para seis o número de mortos do acidente que envolveu, esta quinta-feira, um autocarro escolar e um comboio.
O acidente ocorreu numa passagem de nível em Millas, entre Perpignan e Prades, nos Pirinéus Orientais.
A morte de quatro jovens já tinha sido confirmada ontem à noite. Entretanto, duas crianças de 11 anos não resistiram aos ferimentos que sofreram. Outras 18 pessoas ficaram feridas, sendo 14 delas menores.
As autoridades estão a tentar apurar se houve um erro humano ou um problema técnico na origem do acidente.
A identificação das vítimas está completa e as famílias já foram informadas, anunciaram as autoridades francesas, explicando que não foi possível fazer a totalidade das identificações ainda ontem devido à violência do choque.
Uma investigação por "homicídio e lesões involuntárias" foi aberta pela justiça e diversos magistrados deslocaram-se para o local da tragédia.
Esta manhã, o colégio local reabriu para permitir que os alunos começassem a fazer o luto. Uma unidade médico-psicológica composta por cerca de 60 pessoas foi criada para receber os alunos.
Lilou, um estudante de quinto ano cujo melhor amigo ficou ferido no acidente, mostrava-se ainda em choque, em lágrimas, agarrado ao braço da mãe. "Eu não tenho palavras, não sei o que dizer, penso em famílias, todas essas crianças, é muito difícil", lamenta a mãe.
Este trabalho de luto e acompanhamento também é responsabilidade dos professores, tristes com o acidente e que, por vezes, se sentem desamparados na resposta aos alunos. "Eu nem sei como vou falar sobre isso, estou a tentar segurar-me", diz um dos professores.
Passava pouco das 16:00 da tarde (15:00 em Lisboa) de quinta-feira quando o autocarro escolar atravessou a passagem de nível 25. Atrás dele, um segundo autocarro estava prestes a arrancar.
A empresa ferroviária francesa SNCF disse na quinta-feira que "de acordo com testemunhas, a passagem de nível funcionou normalmente, mas obviamente a informação deve ser confirmada pela investigação".
Trata-se de um cruzamento de nível "clássico", com sinalização automática e dois portões, que "não foi considerado particularmente perigoso", considerou a companhia.
Além de uma investigação da SNCF, um outro inquérito administrativo foi igualmente aberto pelo departamento de investigação de acidentes, responsável pelos desastres aéreos e ferroviários, cujos especialistas são esperados hoje em Millas.
No local do desastre, o Comboio Regional Expresso e o autocarro esventrado, cuja carcaça ainda está na ferrovia, foram isolados.
"Toda a gente fica marcada e o trauma vai durar", disse o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, no regresso de Millas.
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