UE retira assistência às eleições no Camboja
A Comissão Europeia decidiu suspender a sua assistência à comissão eleitoral do Camboja na sequência da decisão do Supremo Tribunal daquele país de ilegalizar o principal partido da oposição, anunciou hoje a delegação da União Europeia em Phnom Penh.
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Mundo Phnom Penh
Em comunicado, a delegação da UE no Camboja lamenta que nos últimos meses as autoridades tenham tomado "uma série de ações contra o principal partido da oposição", o Partido do Resgate Nacional do Camboja (PRNC), "que recolheu 44% dos votos nas eleições legislativas de 2013 e 43,8% nas eleições locais de 2017" e está agora excluído das eleições legislativas previstas para julho de 2018.
"A decisão de dissolver o PRNC e a subsequente realocação a outros partidos dos seus assentos na assembleia nacional e no conselho comunal nega a escolha daqueles que votaram no partido nas eleições de 2013 e 2017", aponta a delegação da UE, lamentando que a decisão do tribunal também impeça o principal partido da oposição de participar nas eleições do próximo ano.
A delegação da União Europeia em Phnom Penh conclui afirmando que "um processo eleitoral do qual o principal partido da oposição foi arbitrariamente excluído não pode ser visto como legítimo".
Em 16 de novembro, o Supremo Tribunal do Camboja anunciou a ilegalização do Partido do Resgate Nacional do Camboja, acusado de traição e de conspiração com agentes estrangeiros para derrubar o Governo, e decidiu, a pedido do executivo, proibir 118 membros do partido de manterem atividade política por cinco anos.
No dia seguinte, a ONU, a União Europeia e os Estados Unidos criticaram o Governo do Camboja pela decisão e instaram-no a revertê-la, para que as eleições de 2018 possam ser consideradas legítimas.
Logo na altura, a UE advertiu que, com o principal partido da oposição ilegalizado, as eleições de 2018 não seriam credíveis, tendo então agora decidido retirar a sua assistência ao processo eleitoral.
Em resposta, um porta-voz do partido do primeiro-ministro Hun Sem, há 32 anos no poder, desvalorizou as declarações europeia e norte-americana, afirmando que se Washington e Bruxelas não quiserem ajudar o Camboja, "há países, como a Rússia, a China, o Japão ou a Coreia do Sul" que o farão.
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