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Tribunal turco mantém em prisão preventiva líder da esquerda pró-curda

Um tribunal turco decidiu manter hoje em prisão preventiva o dirigente do Partido Democrático dos Povos (HDP) Selahattin Demirtas, detido desde novembro de 2016 e que está a ser julgado por suspeita de pertencer a um "grupo terrorista".

Tribunal turco mantém em prisão preventiva líder da esquerda pró-curda
Notícias ao Minuto

20:04 - 07/12/17 por Lusa

Mundo Selahattin Demirtas

A primeira sessão do julgamento iniciou-se entre fortes medidas de segurança numa sala da prisão de Sincan, arredores de Ancara, sem a presença do acusado, que não foi autorizado a deslocar-se desde a prisão de Edirne, a 700 quilómetros de distância, onde permanece encarcerado.

Demirtas negou-se a participar através de videoconferência e a primeira sessão decorreu na sua ausência, com a procuradoria a apresentar atas de acusação por "formação de uma organização terrorista" e exigir que se mantenha a prisão preventiva.

O deputado foi detido em 04 de novembro de 2016, juntamente com outros parlamentares do seu partido de esquerda e pró-curdo.

O tribunal confirmou a detenção de Demirtas e agendou para 18 de fevereiro a próxima sessão do julgamento.

Nesta sessão também foram impedidos de comparecer no tribunal membros de uma delegação internacional integrada por deputados e sindicalistas de numerosos partidos do Reino Unido, Irlanda, França, Itália, Grécia, Suécia, Noruega, Dinamarca e Alemanha.

As autoridades turcas acusam o HDP de ser a vitrina política do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" por Ancara e aliados ocidentais.

O partido tem rejeitado estas alegações e afirma estar a ser perseguido por motivos políticos, devido à sua enérgica oposição ao Presidente Recep Tayyip Erdogan, acusado de deriva autoritária pelos setores da oposição.

Centenas de pessoas concentraram-se frente ao tribunal para manifestar o seu apoio a Demirtas, segundo um jornalista da AFP.

Nove deputados do HDP estão atualmente na prisão, segundo a indicação do partido. Em paralelo, foram retirados os mandatos a cinco dos seus 59 deputados eleitos em novembro de 2015, incluindo à copresidente do partido Figen Yüksekdag, igualmente detida.

A prisão dos deputados do HDP foi possível devido ao levantamento em maio de 2016 da imunidade parlamentar dos deputados alvo de processos judiciais, uma manobra denunciada pelo HDP que a considerou uma forma do Governo erradicar este partido da vida política.

Com Demirtas detido, o HDP perde a sua principal referência quando o país se prepara para eleições municipais, legislativas e presidenciais em 2019.

Em junho de 2015 o HDP foi a grande surpresa das legislativas ao garantir a eleição de 80 deputados e assim impedir, pela primeira vez desde 2002, que o Partido da justiça e do desenvolvimento (no poder) mantivesse a maioria absoluta.

Nas novas eleições convocadas para novembro do mesmo ano, o HDP perdeu 21 deputados mas voltou a ultrapassar a fasquia dos 10% dos votos, obrigatória para garantir representação parlamentar.

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