Puigdemont questiona Juncker e deixa apelo à Europa
O ex-presidente do Governo regional catalão Carles Puigdemont defendeu hoje em Bruxelas que "a Catalunha é o melhor rosto da Europa" e perguntou ao presidente da Comissão Europeia se já viu tantos milhares nas ruas "em apoio a criminosos".
© Reuters
Mundo Catalunha
No encerramento de uma manifestação pela independência da Catalunha que, segundo a polícia, juntou em Bruxelas cerca de 45.000 pessoas, Puigdemont -- que se encontra "refugiado" na capital belga desde finais de outubro passado -- apelou a Jean-Claude Juncker para que "a Europa se dê conta de que ainda pode desempenhar o seu papel" na crise catalã.
Argumentando que as dezenas de milhares de pessoas que hoje encheram as ruas em redor das instituições da União Europeia, em Bruxelas, "não são criminosos, mas sim democratas", Puigdemont deixou então uma pergunta ao presidente do executivo comunitário, se alguma vez viu "uma manifestação como esta de apoio a criminosos", em alusão aos dirigentes independentistas detidos e perseguidos pelas autoridades espanholas.
A polícia de Bruxelas reconheceu que a manifestação de hoje foi das maiores "não belgas" alguma vez realizada na capital da Bélgica (e à qual se juntaram membros e simpatizantes do partido nacionalista flamengo N-VA).
"Queremos uma Europa de cidadãos livres, que escute os seus cidadãos, além de escutar os Estados", disse o presidente deposto da 'Generalitat', que voltou a acusar a União Europeia de "dar apoio" ao presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.
O slogan da manifestação de hoje era "Acorda Europa!", gritado ao longo do dia pelos manifestantes, a maioria dos quais "embrulhados" em bandeiras da Catalunha.
Em jeito de campanha, Puigdemont instou os manifestantes a irem às urnas a 21 de dezembro próximo, nas eleições catalãs, "pela liberdade e pela dignidade".
Os manifestantes chegaram a Bruxelas pelos mais diversos meios de transporte: além dos voos comerciais, centenas viajaram em voos 'charter', foram mobilizados mais de 250 autocarros, alguns dos quais tiveram muitas dificuldades em chegar ao "quarteirão europeu", já que os acessos ficaram bloqueados, e outros deslocaram-se mesmo em viaturas particulares.
Às janelas de alguns edifícios em redor do "quarteirão europeu" eram visíveis algumas bandeiras espanholas, que suscitavam vaias dos manifestantes.
A tentativa de criar na Catalunha um Estado soberano e independente de Espanha terminou com a intervenção judicial do Governo central na região, o que levou o então presidente do governo regional e outros governantes a refugiarem-se em Bruxelas.
Uma dezena de líderes separatistas estão a ser investigados pela justiça espanhola por alegados crimes de rebelião, sedição e peculato.
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