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China promove visão sobre direitos humanos em fórum

Pequim inaugurou hoje um fórum sobre direitos humanos, atendido por meia centena de países em desenvolvimento, numa altura em que a China promove o seu modelo político autocrático, sob a direção do presidente Xi Jinping.

China promove visão sobre direitos humanos em fórum
Notícias ao Minuto

07:42 - 07/12/17 por Lusa

Mundo Xi Jinping

O "Fórum sobre Direitos Humanos Sul-Sul" reúne em Pequim 300 representantes do mundo em desenvolvimento, na sequência de uma conferência de partidos políticos organizada este fim-de-semana na capital chinesa.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, afirmou recentemente que o congresso do Partido Comunista da China (PCC), realizado em outubro, "identificou como objetivo estabelecer um novo campo nas relações internacionais e construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade".

"Esta é a resposta da China para a questão sobre para onde caminha a sociedade humana e oferece também oportunidades para o desenvolvimento da causa dos direitos humanos", afirmou Wang.

A assumida ambição global da China surge numa altura em que a liderança de Donald Trump nos Estados Unidos rejeita o papel tradicional da diplomacia norte-americana de defesa da democracia e direitos humanos, e que levou já Washington a retirar-se do acordo de Paris sobre o clima ou das negociações do pacto mundial da ONU sobre migrantes.

"A crescente confiança da China no palco internacional em questões como os direitos humanos está relacionada com tendências globais mais amplas", afirma William Nee, pesquisador sobre a China da Amnistia Internacional, citado pela agência Associated Press.

"Vemos a administração Trump a retirar prioridade aos direitos humanos, e questões como o Brexit, e a China está a intervir e preencher o vazio", afirmou.

Os participantes no fórum são sobretudo funcionários de governos, diplomatas e académicos dos países em desenvolvimento, e representantes das Nações Unidas, Liga Árabe, União Africana, Banco Mundial e Organização Mundial de Saúde.

A China rejeita a noção tradicional de direitos humanos, definida na Declaração Universal e Constituições dos países ocidentais, apontando antes aos direitos ao desenvolvimento, saúde e habitação.

Sob a liderança de Xi, as autoridades chinesas lançaram a mais dura campanha contra ativistas e dissidentes das últimas décadas, que mereceu críticas por parte dos governos europeus e norte-americano.

"A China tenta promover a ideia de que primeiro se deve alcançar o desenvolvimento, e só se o país for desenvolvido pode seriamente ter direitos humanos", afirma Nee.

"Liberdade de expressão, liberdade religiosa e liberdade para a imprensa foram gravemente condicionadas na China, nos últimos anos", acrescentou.

O PCC considera a noção de "valores universais" um mero instrumento para minar o sistema socialista chinês e pressiona as universidades, escritores e académicos a rejeitar esses conceitos.

A campanha ideológica encaixa na estratégia económica da China de expansão dos seus interesses além-fronteiras, ilustrada pelo gigantesco projeto de infraestruturas lançado por Xi Jinping "Nova Rota da Seda", que visa conectar a China aos restantes países da Ásia, Europa e África, através de portos, estradas, redes ferroviárias e aeroportos.

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