Washington insta Phnom Penh a reverter medidas contra a oposição

Os Estados Unidos instaram na quinta-feira o Cambodja a "reverter as medidas recentes" contra o principal partido da oposição, que foi dissolvido no mesmo dia pelo Supremo Tribunal, a pedido do governo.

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Lusa
17/11/2017 06:30 ‧ 17/11/2017 por Lusa

Mundo

Camboja

"Solicitamos ao governo real do Cambodja que reverta as suas recentes medidas contra o CNRP, que liberte o dirigente do CNRP, Kem Sokha, e que permita aos partidos da oposição, à sociedade civil, e aos 'media' manterem as suas atividades", refere a Casa Branca num comunicado divulgado na noite de quinta-feira.

O Supremo Tribunal do Cambodja anunciou na quinta-feira a ilegalização do principal partido da oposição, a oito meses de eleições consideradas decisivas para o país, dirigido há 32 anos pelo primeiro-ministro Hun Sen.

O Partido do Resgate Nacional do Cambodja (PRNC) foi acusado de traição e de conspiração com agentes estrangeiros para derrubar o Governo.

O partido recusou as acusações, considerando-as uma manobra política do primeiro-ministro para acabar com a oposição, opinião apoiada por organizações internacionais de direitos humanos e analistas independentes.

O líder do PRNC, Kem Sokha, está detido desde setembro, pelas mesmas acusações, incorrendo numa pena de 15 a 30 anos de prisão.

A decisão de ilegalizar o PRNC, a meses das eleições marcadas para julho de 2018, foi anunciada pelo juiz presidente do Supremo, Dith Munty, que é também um membro destacado do partido no poder, e tomada por unanimidade do coletivo de nove juízes.

O veredicto inclui a proibição de atividade política por cinco anos a 118 membros do partido, privando de forma duradoura o país de qualquer oposição.

Denunciando "um retrocesso no desenvolvimento democrático" do Cambodja, os Estados Unidos anunciaram que iriam pôr fim ao apoio dado ao Comité eleitoral nacional do Cambodja.

No contexto atual, "a eleição do próximo ano não será nem legítima, nem livre, nem justa".

Para Hun Sen, esta decisão é, ao invés, uma "garantia de paz". O primeiro-ministro disse na quinta-feira que as eleições vão decorrer conforme previsto.

Hun Sen, de 65 anos, dirige o Cambodja desde 1985 e apresenta-se como a única pessoa que consegue aportar a estabilidade e prosperidade num país marcado pela guerra civil e genocídio perpetrados pelos Khmers vermelhos.

O Cambodja, onde três milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, tornou-se uma das economias mais dinâmicas do sudeste asiático nos últimos anos.

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