Caracas acusa EUA de impedir desenvolvimento internacional venezuelano
O Governo venezuelano acusou hoje o Departamento do Tesouro (DE) dos Estados Unidos de atuar como um "tribunal da inquisição" e de impedir o desenvolvimento da Venezuela no mercado internacional.
© Reuters
Mundo Venezuela
O Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros (Ofac) do DE "acabou com as poucas vias que ainda permitiam que a Venezuela se desenvolvesse amplamente no mercado financeiro internacional", disse o vice-presidente da Venezuela.
Tareck El Aissami falava em Caracas, no Palácio Branco, num encontro com detentores da dívida do Estado venezuelano e da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), durante o qual denunciou o "bloqueio" e "cerco financeiro" a que a Venezuela está sendo submetida.
A reunião em que, segundo a imprensa venezuelana, participaram uma centena de credores, teve uma duração de apenas 30 minutos e conclui sem apresentação de propostas de reestruturação e refinanciamento dos títulos de dívida venezuelanos, sem que os participantes tivessem a oportunidade de fazer perguntas.
Segundo Tareck El Aissami, a Ofac "atua como um tribunal da inquisição" e, "pretende diminuir" a capacidade que a Venezuela tem "para relacionar-se com o mundo", uma ação respaldada pelo Governo dos EUA, que conta com o apoio de fatores da oposição venezuelana.
Aissami, que preside a Comissão Presidencial para renegociar os termos da dívida externa e da petrolífera venezuelana, insistiu que a reestruturação convocada pelo Presidente Nicolás Maduro, tem como propósito superar as agressões financeiras norte-americanas e garantir atenção social ao povo venezuelano.
Por outro lado explicou que a pesar dos ataques "a Venezuela está blindada para buscar financiamento no que historicamente tem sido o nosso mercado", encontrando-se "na necessidade de sugerir novas fórmulas para sair desta complexidade".
"Temos cumprido sempre, tanto no tempo de auge petrolífero, como nos tempos de declive do mercado petrolífero nacional e internacional, mesmo com muito sacrifício temos pago até o último cêntimo dos nossos serviços de dívida, o que nos faz credores de um histórico irrepreensível que continua gerando confiança e que ganhámos a pulso", disse.
Em 03 de novembro último, a Venezuela convocou os detentores de títulos de dívida do Estado para uma reunião, que decorrerá na segunda-feira, com o objetivo de renegociar o pagamento da dívida.
A convocatória foi feita pelo vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, que também é presidente da comissão especial para o refinanciamento da dívida externa venezuelana.
Em 02 de novembro último, o Presidente, Nicolás Maduro, anunciou uma reestruturação e refinanciamento total da dívida externa do país e dos títulos da Petróleos da Venezuela SA (PDVSA).
Domingo, o Presidente Nicolás Maduro insistiu que a Venezuela "nunca" se declarará em 'default' (incumprimento de pagamentos) e voltou a convocar os detentores de títulos da dívida para uma reunião para proceder à sua reestruturação e refinanciamento.
"Estão a especular que a Venezuela se declarará em 'default'. Nunca. O 'default' nunca chegará à Venezuela. A Venezuela sempre terá uma estratégia clara e agora a nossa estratégia é renegociar e refinanciar toda a dívida", disse Nicolás Maduro.
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