Eis o que a polícia e bombeiros do Canadá encontraram na segunda-feira de manhã, numa estrada rural, a sul de Edmonton: um BMW tinha abalroado uma carrinha. No interior do carro estavam cinco pessoas inteiramente nuas (um homem, duas mulheres e duas adolescentes), isto apesar do frio que habitualmente se faz sentir naquele país. Já no interior da carrinha seguia um homem que, momentos antes, dera boleia, primeiro a um outro homem, depois a uma mulher com um bebé ao colo.

Não é fácil descortinar este caso que tem corrido mundo. Sabe-se que a polícia e os bombeiros tiveram de trabalhar em conjunto para conseguir retirar as cinco pessoas nuas do carro. E que os tripulantes na carrinha tinham sido recolhidos na estrada: primeiro o condutor descobriu um homem, pouco depois, na mesma estrada, encontrou a mulher com o bebé ao colo. São familiares e ambos tinham sido levados contra a sua vontade e ambos tinham conseguido fugir do veículo em andamento.

Laurel Scott, comandante da polícia local, e um familiar das duas menores detidas, em entrevista à The Canadian Press, ajudam a perceber um pouco melhor o que se passou.

As autoridades revelaram que houve três pessoas, entretanto já vestidas, que foram acusadas de rapto: um homem, de 27 anos, e duas mulheres, de 30 e 35 anos. As duas adolescentes acabaram por sair em liberdade, sem acusação.

Laurel Scott, a comandante, num comunicado citado pelo The Guardian, não tem dúvidas em classificar o caso como “muito bizarro”. E admite que tem havido muito por descortinar por estes dias, até porque a colisão não foi acaso: o carro onde seguia o grupo de gente nua abalroou a carrinha até esta parar.

Um familiar que não se identificou, já que o caso envolve menores cuja identidade tem de ser protegida, adianta que o grupo de gente nua e as vítimas raptadas conheciam-se. E especula mesmo que o grupo de gente nua até terá abalroado a carrinha por pensar que estava a impedir um rapto, sem se aperceber que teria sido ele próprio a causar o rapto.

“É de loucos”, contou, admitindo até que quando ouviu falar do caso pelas televisões se riu. Só mais tarde descobriu que as menores que seguiam naquele carro eram as duas filhas.

Conta este familiar que as suas duas filhas, de 13 e 15 anos, e a sua ex-mulher, estavam a tomar o pequeno-almoço com dois amigos (um homem e uma mulher).

O homem teria voltado recentemente da Índia com um chá cujo nome desconhecia e que terão provado naquela manhã de segunda-feira. É possível, embora as autoridades ainda não o tenham confirmado, que este chá da Índia contivesse propriedades psicotrópicas.

O mesmo familiar adiantou ainda que as vítimas de rapto são uma família (avô, mãe e neto) e vizinhos do grupo de gente nua. E que provavelmente abriram a porta de casa naquela manhã com o intuito de ajudar, sem saberem que seriam levadas numa bizarra viagem.