Catalunha: Transportes e universidades afetados por greve
Manifestantes em greve, marcada por um sindicato independentista e apoiada por organizações cívicas separatistas, causaram hoje perturbações importantes na circulação de carros e comboios na Catalunha, com várias vias de comunicação bloqueadas.
© Reuters
Mundo Independência
Segundo os órgãos de comunicação social espanhóis, as universidades catalãs estão encerradas, tendo os estudantes universitários também aderido à greve convocada pela Intersindical-CSC.
O Serviço de Transportes da Catalunha estimou em cerca de 60 o número de secções de estradas e vias rápidas afetadas por este movimento de protesto.
De acordo com a porta-voz do Sindicato dos Estudantes dos Países Catalães citada pela agência Efe, desde as 07:00 (06:00 em Lisboa) cerca de uma centena de estudantes cortaram ao tráfico a conhecida Auto-estrada do Mediterrâneo, utilizada por milhões de pessoas anualmente entre Algeciras, no Estreito de Gibraltar, e a fronteira francesa.
Mercè Terés explicou que os estudantes estiveram "sentados a estudar" nesta via rápida e também noutros locais da Catalunha.
Pelo menos um TGV (acrônimo em francês de comboio de alta velocidade) que liga Barcelona a Lyon (França) teve de voltar para trás, segundo a companhia espanhola de caminhos-de-ferro, Renfe.
No final da manhã, o ministro espanhol da Administração Interna, Juan Ignacio Zoido, assegurou que, em termos gerais, a greve não produziu "incidentes graves", a não ser o corte da Auto-Estrada do Mediterrâneo, concluindo que não há "nenhum motivo de alarme".
O movimento grevista é apoiado por duas influentes organizações cívicas separatistas, a Assembleia Nacional Catalã e a Òmnium Cultural, que acrescentaram ao protesto várias reclamações políticas, como a libertação dos dirigentes catalães presos em Madrid.
A greve foi convocada, segundo a organização, para protestar contra a precariedade no trabalho e contra um decreto de lei do Governo de Madrid que facilita a transferência da sede social das empresas no território espanhol.
Desde o referendo de autodeterminação realizada na Catalunha em 01 de outubro que mais de 2.000 sedes sociais de empresas abandonaram a região devido à crise política e à possibilidade de se separar de Espanha.
A greve não recebeu o apoio dos principais sindicatos espanhóis, a Confederação Sindical das Comissões Operárias (Comisiones Obreras) e a União Geral de Trabalhadores.
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