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Catalunha: Dirigente do Cidadãos contra referendos de independência

A líder parlamentar do Cidadãos (centro-direita) na Catalunha, Inés Arrimadas, rejeitou hoje em Madrid qualquer reforma da Constituição espanhola que permita a realização no futuro de referendos de autodeterminação nas comunidades autónomas do país.

Catalunha: Dirigente do Cidadãos contra referendos de independência
Notícias ao Minuto

16:47 - 07/11/17 por Lusa

Mundo Posição

"Nós defendemos que não se podem fazer referendos de secessão numa parte do nosso território", disse Inés Arrimadas a um grupo de correspondentes de órgãos de comunicação social estrangeiros, entre os quais a agência Lusa.

A dirigente regional do maior partido constitucionalista na Catalunha insistiu que "a solução não é um referendo" porque não há "nenhum tipo de vantagens".

"Para que a Espanha continue unida, temos de reformar" e "a reforma constitucional que queremos é para melhorar tudo", defendeu Inés Arrimadas, dando como exemplos a melhoria do setor da educação, da luta contra a corrupção e do sistema jurídico, entre outros.

Uma comissão criada no início de outubro no Congresso dos Deputados iniciou o debate sobre a futura reforma da Constituição espanhola, que muitos gostariam que incluísse uma alteração que permitisse a realização de referendos de autodeterminação regionais, que são proibidos na atual lei fundamental.

Arrimadas acusou o Partido Popular (direita) e o PSOE (socialistas) de serem os principais responsáveis pelo "imobilismo dos últimos anos" que, segundo ela, levou à atual situação na Catalunha.

"Durante décadas, na Catalunha, houve uma estratégia dos partidos independentistas para criar uma identidade independente da Espanha", disse a líder regional do Cidadãos, acrescentando que "isso aconteceu porque os Governos em Madrid olharam para o lado".

Desde a transição democrática iniciada há 40 anos que Espanha tem sido governada sucessivamente pelo PSOE e pelo PP.

"Esta crise é uma oportunidade para se voltar a ter um projeto comum", porque "somos um grande país", declarou Inés Arrimadas.

A dirigente regional do Cidadãos acredita que, nas eleições catalãs de 21 de dezembro, "haverá uma alternativa real" à maioria separatista atual, mas que o resultado dessa consulta "tem de ser respeitado, seja ele qual for".

Com 47% dos votos, os partidos independentistas conseguiram obter a maioria de deputados do parlamento regional em 2015, o que lhes permitiu formar o Governo regional liderado por Carles Puigdemont que foi exonerado em 27 de outubro último.

"Temos de mobilizar os não independentistas tanto ou mais do que o fizeram os independentistas" e ter também "um projeto ganhador alternativo", disse Arrimadas, que classificou de "históricas" as próximas eleições regionais, porque são um desafio para a Catalunha, Espanha e a Europa".

A líder regional dos Cidadãos sublinhou que, nas próximas eleições, os separatistas deixam de poder prometer "mentiras" como a possibilidade de a Catalunha declarar a independência, ser ao mesmo tempo independente e pertencer à União Europeia ou que as empresas vão continuar depois de uma eventual secessão.

"A única fábrica que tem de sair da Catalunha é a fábrica de fazer mentiras de Carles Puigdemont. As outras queremos que fiquem ou que voltem", disse Inés Arrimadas.

Mais de 2.000 empresas já mudaram a sua sede social da Catalunha para outras partes de Espanha desde 01 de outubro, dia em que se realizou o referendo de autodeterminação considerado ilegal pelo Estado espanhol.

O Cidadãos é a quarta força política mais votada nas eleições nacionais, depois do PP, PSOE e Unidos Podemos (extrema-esquerda), mas no parlamento regional é a segunda força mais votada, com 25 dos 135 lugares, a seguir à coligação de partidos separatistas Juntos pelo Sim (62 lugares), que ganhou as eleições regionais de 2015.

O governo catalão organizou um referendo de autodeterminação considerado ilegal pelo Estado espanhol, tendo o parlamento da Catalunha aprovado a independência da região em 27 de outubro último.

No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, e também pelo Cidadãos, decidiu a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.

Na quinta-feira passada, a Audiência Nacional (tribunal especial espanhol) decretou a prisão incondicional para oito ministros regionais demitidos que prestaram declarações nesse dia, entre eles o vice-presidente do governo regional, Oriol Junqueras.

A justiça espanhola emitiu no dia seguinte mandados europeus de detenção dos membros do executivo regional que não se apresentaram para prestar declarações por estarem na Bélgica, entre eles Carles Puigdemont.

Também em Madrid, na passada quinta-feira, o Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até à próxima quinta-feira, quando voltam a ser ouvidos pelo tribunal.

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