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Presidente da Áustria pede respeito pelos direitos humanos

O Presidente austríaco pediu hoje respeito pelos direitos humanos e "um compromisso claro" com a União Europeia ao futuro primeiro-ministro, Sebastian Kurz, que anunciou que procurará um "Governo com força" para "acabar com as estruturas cristalizadas" do país.

Presidente da Áustria pede respeito pelos direitos humanos
Notícias ao Minuto

13:37 - 20/10/17 por Lusa

Mundo Van der Bellen

O chefe de Estado federal da Áustria, Alexander Van der Bellen, encarregou hoje o líder do conservador Partido do Povo (ÖVP), Sebastian Kurz, de 31 anos, de formar Governo, na sequência da vitória nas eleições legislativas de domingo passado.

"Como Presidente, irei velar para que sejam prioritários os interesses gerais da população e do país, e não de grupos de interesse particulares", declarou o Presidente austríaco, após um encontro com Kurz no antigo Palácio Real de Viena.

Van der Bellen destacou que o novo executivo deverá ter em conta os interesses a médio e a longo prazo.

"As decisões afetarão os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos", assinalou.

O Presidente sublinhou que a convenção europeia dos direitos humanos "deve guiar a atuação" do Governo.

Além disso, pediu ao novo Governo, "não só um compromisso claro a favor da Europa, mas também um papel ativo dentro da União europeia", salientou Van der Bellen, um conhecido crítico do Partido da Liberdade (FPÖ), com um discurso anti-imigração e antimuçulmano, e provável parceiro de coligação de Kurz.

Kurz, que assumiu o controlo do seu partido em maio passado, ganhou as eleições com 31,47% dos votos, elegendo 62 dos 183 lugares da câmara baixa austríaca, mais 15 do que tinha até agora, segundo os resultados definitivos conhecidos esta quinta-feira.

Nas eleições, o segundo partido mais votado foi o social-democrata (SPÖ), do chanceler federal, Christian Kern, que conseguiu manter estável o apoio eleitoral, com um resultado de 26,86% (manteve os 52 deputados), enquanto a extrema-direita (FPÖ) obteve 25,97% dos votos (51 assentos, mais 11 que nas eleições de 2013).

"Vou falar com o SPÖ e com o FPÖ para avaliar possíveis coligações. Depois anunciarei com quem vamos iniciar negociações concretas", referiu o líder democrata-cristão.

Kurz destacou a necessidade de "ter peso para [realizar] mudanças verdadeiras para acabar com as estruturas cristalizadas" do país.

"Tenho a intenção de formar um Governo que tenha essa força", garantiu.

Os dois grandes partidos tradicionais austríacos, o SPÖ e ÖVP, governaram juntos nos últimos dez anos e as relações entre as duas formações e os seus respetivos líderes deteriorou-se muito.

Os analistas locais admitem que a coligação mais provável seja formada pelo ÖVP de Kurz e o FPÖ do populista e eurocético Heins-Christian Strache.

O FPÖ, fundado em 1955 por antigos oficiais nazis, é um dos partidos populistas com maior êxito na Europa.

Em 2000, o Partido da Liberdade, liderado então pelo falecido Jörg Haider, entrou pela primeira vez numa coligação com o Partido do Povo, o que gerou protestos na Europa e sanções diplomáticas temporárias por parte dos então 14 parceiros comunitários.

Kurz, que com 31 anos pode tornar-se o chefe de governo mais jovem da União Europeia, conseguiu em poucos meses renovar a imagem do Partido do Povo e relançar a sua popularidade, graças a um discurso centrado na luta contra a imigração e o corte de prestações sociais para os estrangeiros.

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