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Galiza: "Houve colegas que desembainharam a arma para morrer sem sofrer"

Carta de polícia espanhol descreve momentos de pânico na Galiza, onde esteve mais de três horas encurralado pelo fogo, juntamente com mais 15 colegas.

Galiza: "Houve colegas que desembainharam a arma para morrer sem sofrer"
Notícias ao Minuto

19:35 - 18/10/17 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Incêndios

Os incêndios na Galiza terminaram com um balanço de quatro mortes, dezenas de casas destruídas e uma onda de indignação a nível nacional, pelas consequentes falhas da administração local e nacional.

Entre as pessoas que temeram pela vida estão 16 agentes de autoridade que foram enviados, no passado domingo, para a aldeia de Chandebrito, no município de Nigrán, onde duas mulheres perderam a vida. Os homens ficaram mais de três horas encurralados pelo fumos e pelas chamas, conseguindo, felizmente, salvar-se.

Um desses agentes escreveu uma carta sobre o sucedido, enviada pelo sindicato de polícia (UFP) ao La Opinión A Coruña, que transparece o absoluto desespero daquelas horas.

O agente da polícia, que não é identificado, descreve, primeiramente, como foram obrigados a tirar as pessoas de casa à força "porque não queriam abandonar a sua habitação" e até "se escondiam em casa". "A situação ficou muito, muito complicada, estávamos quase a ficar rodeados em várias frentes por chamas de 20 metros de altura", escreveu.

Quando tentavam sair do local, já a um quilómetro do ponto de partida, viram-se obrigados a voltar para trás. "Fogo por todos os lados e fumo que não nos deixava ver um metro à nossa frente", relata. Foi nessa altura, sem poder contar com o auxílio dos bombeiros, que ficaram mais de três horas encurralados pelo fogo.

“Houve colegas que ligaram para a família para se despedirem e que desembainharam a arma para morrer sem sofrer, caso se aproximasse o fim. Só para terem uma ideia dos momentos que ali vivemos”, escreveu.

O polícia desmentiu ainda que os homens tivessem deixado as duas vítimas do sexo feminino à sua sorte, como acusaram as famílias das mesmas. “Fizemos o que pudemos, pondo em risco as nossas vidas para salvar a deles”, garantiu.

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