Filho de jornalista morta em Malta: "A minha mãe foi assassinada"
Matthew Caruana Galizia arrasa autoridades de Malta na sequência de explosão que matou a sua mãe.
© Reuters
Mundo Matthew Galizia
Daphne Caruana Galizia, jornalista que liderou a investigação dos Panamá Papers sobre a corrupção em Malta, morreu na segunda-feira depois de o seu carro ter explodido.
A blogger e jornalista fazia publicações que atraiam por vezes mais leitores que os jornais do país e era tida pelo Politico como uma de 28 personalidades que estavam a agitar a Europa.
O filho da jornalista, Matthew Caruana Galizia, não tem dúvidas: tratou-se de um assassinato, um que resultou precisamente das suas investigações a casos de corrupção política no país.
As declarações surgiram na rede social Facebook esta terça-feira, dia em que é esperada a chegada de especialistas forenses holandeses e de elementos do FBI, que irão ajudar as autoridades de Malta nas investigações.
“A minha mãe foi assassinada porque se colocava entre a lei e os que tentavam violar a lei”, escreveu, acrescentando que Daphne Caruana Galizia se tornou um alvo porque “era a única pessoa a fazê-lo”.
O texto que Matthew Caruana Galizia partilhou é um testemunho violento sobre o próprio crime, em que Matthew admite ter visto “partes do corpo” da mãe enquanto a buzina do carro continuou a tocar, já depois de a bomba ter explodido.
No mesmo texto, que pode ler na íntegra em baixo, e inglês, o filho de Daphne Caruana Galizia critica ainda o primeiro-ministro de país, a quem chama de “palhaço” pelas suas declarações sobre a morte da blogger, isto depois de a ter “demonizado” nos anos anteriores.
No final, Matthew trata ainda pelos nomes alguns elementos da justiça daquele país, a quem acusa de serem “cúmplices” por nada terem feito.
Entretanto, em Malta, decorrem algumas homenagens à jornalista, tendo antigos leitores e conhecidos da blogger levado a cabo uma vigília na última noite.
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