Homossexual conta como foi preso e torturado por autoridades na Chechénia
Maksim Labunov tem 30 anos, mostrou a cara e deu o seu testemunho.
© Reuters
Mundo Maksim Lapunov
Foi em abril que o jornal Novaya Gazeta revelou que, na Chechénia, dezenas de homossexuais teriam sido detidos em prisões secretas e alvo de tortura.
Até ao momento, para lá de um relatório da Human Rights Watch a reiterar a mesma história, foram poucas as provas a surgir sobre estes centros de detenções descritos como "campos de concentração para gays'.
Agora, porém, há um homem que assume publicamente ter sido uma das vítimas.
Foi numa conferência de imprensa com poucos meios em Moscovo, na Rússia, que Maksim Lapunov falou.
Conta o Telegraph que Lapunov, que não é de etnia chechena, contou por entre lágrimas que foi levado pela polícia e agredido.
Lapunov diz ainda ter temido pela vida e que não sabe do paradeiro das cerca de três dezenas de homens que estiveram detidos com ele.
Entre os parceiros de cela havia homossexuais que foram torturados com choques elétricos, contou ainda.
Durante as sessões de tortura e interrogatório de que foi alvo, Lapunov alega que foi questionado sobre a identidade de outros homossexuais, como realça o New York Times.
Lapunov, que diz que, apesar de tudo, não tem intenção de abandonar a Rússia, contou ainda que nunca foi alvo de acusações formais e que foi apenas pela sua orientação sexual que foi detido e agredido.
Lapunov esteve 12 dias detido. É o primeiro homem a dar cara como vítima deste processo de detenção caracterizado como 'purga gay' na Chechénia.
A landmark. First man to emerge in public from Chechnya 's "secret prison ...for gays". Maksim Lapunov. Mark the name. https://t.co/pL7GXLbsLt
— Andrew Meier (@AndrewMeier1) October 16, 2017
Nos últimos meses, dado o facto de a Chechénia, embora tenha alguma autonomia, estar sob alçada russa, diferentes ativistas LGBT têm apelado à intervenção do Kremlin para travar estas detenções por parte das autoridades chechenas.
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