Estas eleições, que deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, foram fixadas para outubro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e não incluem a convocatória para renovação dos parlamentos regionais, eleitos em 2012 juntamente com os governadores.
Esta decisão poderá beneficiar o poder em torno do Presidente Nicolás Maduro, que controla 20 dos 23 Estados e 22 dos 23 parlamentos regionais, e prejudicar a gestão dos governadores da oposição, que venceu por maioria absoluta as legislativas de dezembro de 2015, refere a agência noticiosa Efe.
A coligação da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), que concorre às urnas com vários dos seus líderes detidos, em prisão domiciliária ou fora do país, também denunciou a alteração dos locais das assembleias de voto nos seus bastiões onde deveriam votar mais de meio milhão de eleitores, que conheceram a decisão a menos de 72 horas da sua abertura.
Analistas citados pela Efe consideraram a medida uma forma de reduzir a participação para compensar a suposta impopularidade de Nicolás Maduro e do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU), num momento em que a Venezuela atingiu sérios níveis de inflação, pobreza, escassez e delinquência.
As sondagens preveem que a oposição deverá garantir a maioria dos governadores dos Estados, apesar de os aliados do governo também preverem uma forte votação para demonstrar que ainda são competitivos.
Caso os opositores de Maduro garantam uma vitória decisiva, será a primeira vez desde 2000 que o partido no poder enfrenta um país liderado por uma maioria de governadores da oposição.