Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
15º
MIN 11º MÁX 18º

Deputados da ASEAN condenam perseguição à oposição do Camboja

Deputados da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) condenaram hoje a tentativa do Governo do Camboja de eliminar a oposição política do país antes das eleições gerais do próximo ano.

Deputados da ASEAN condenam perseguição à oposição do Camboja
Notícias ao Minuto

07:11 - 13/10/17 por Lusa

Mundo Decisão

O Governo liderado pelo primeiro-ministro Hun Sen pediu ao Supremo Tribunal, na semana passada, a dissolução do Partido de Resgate Nacional do Camboja (CNRP), a principal força da oposição, por estar supostamente envolvido num crime de traição.

"Estes novos desenvolvimentos ameaçam consolidar o poder efetivo de um partido no âmbito legal e negam aos cambojanos o seu direito fundamental de eleger livremente os seus líderes", afirmou o malaio Charles Santiago, que preside aos Parlamentares da ASEAN pelos Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês).

Kem Sokha, atual líder do CNRP, que se encontra preso desde setembro, é acusado de conspirar com um poder estrangeiro, em referência aos Estados Unidos, contra o Governo do primeiro-ministro cambojano, arriscando uma pena de entre 15 e 30 anos de prisão caso seja condenado.

O presidente da APHR considera esta denúncia uma farsa que "revela as intenções do Governo de eliminar a oposição a todo o custo" e afeta diretamente a credibilidade das próximas eleições.

"É uma bofetada para 44% dos cambojanos que apoiaram o CNRP em 2013 e que merecem ser representados pelos membros eleitos", sublinhou o mesmo responsável.

O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, tinha ameaçado no mês passado dissolver o CNRP se continuasse a apoiar Kem Sokha. "Se o partido político defende o traidor significa que também eles são traidores e não têm lugar para participar no processo democrático do Camboja", declarou então o chefe do Governo.

Hun Sen, que ocupa o cargo de primeiro-ministro desde 1985, revalidou em 2013 o mandato após vencer, por escassa margem, as eleições nas quais a oposição alegou ter existido fraude.

"Desde 2013, Hun Sen desmantelou as frágeis instituições democráticas do Camboja. (...) Num claro uso do sistema legal para subverter o império da lei", afirmou, por seu lado, o congressista filipino Tom Villarin, membro da APHR que insta a aumentar a pressão da comunidade internacional para restaurar a democracia naquele país asiático.

O primeiro-ministro cambojano tem criado uma pressão crescente sobre os seus críticos, meios de comunicação e opositores políticos, sobretudo após ter perdido posições em recentes eleições locais e a menos de um ano das gerais de 29 de julho de 2018, em que pela primeira vez o seu partido não parte como claro vencedor.

Hun Sen advertiu, nos últimos meses, por várias ocasiões, para a possibilidade de uma guerra civil se o seu partido perder o poder nas eleições previstas para julho do próximo ano.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório