Human Rights Watch diz que tem provas de tortura policial na Turquia
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou hoje que tem provas de tortura - pelo menos 11 casos de abusos graves durante a detenção - e de desaparecimentos forçados durante o último ano na Turquia.
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Mundo Organização
Nestes 11 casos, afirmou hoje a HRW, os detidos foram despidos, espancados e ameaçados.
"As provas mostram que a tortura durante a custódia policial regressou à Turquia. O Governo tem, urgentemente, de investigar e ordenar o fim" destas práticas, denunciou em comunicado Hugh Williamson, diretor da HRW para a Europa e Ásia Central.
Williamson realçou que, "dada a obscura história de desaparecimentos forçados na Turquia", "as autoridades têm de localizar as pessoas desaparecidas e garantir que qualquer pessoa detida por agentes estatais tenha acesso a um advogado e que a sua família saiba onde se encontra".
A organização também documenta cinco casos de sequestros na capital do país, Ancara, e na província de Esmirna, entre março e junho de 2017, que poderão ser desaparecimentos forçados.
No passado mês de agosto, a HRW enviou uma carta ao ministro turco da Justiça, Abdülhamit Gül, a exigir uma investigação sobre os desaparecimentos. A organização não recebeu resposta.
A ONG explica que os detidos por, alegadamente, pertencerem ao grupo de Fathullah Güllen, que Ancara acusa de estar por detrás do golpe de Estado falhado de 2016, e os detidos acusados de serem membros da guerrilha curda do PKK são os que correm maiores riscos de tortura.
A maioria das detenções aconteceram no último ano, sob estado de emergência, imposto a 20 de julho de 2016, após o golpe falhado.
Pelo menos 150 mil pessoas foram detidas desde o golpe falhado, por alegados vínculos terroristas ou com o golpe em si.
"Numa altura em que os procuradores e tribunais turcos ignoram a tortura, é de vital importância que as associações de advogados defendam a justiça e os direitos humanos", disse Williamson.
Nesse sentido, a HRW apelou aos "parceiros internacionais da Turquia" para que questionem Ancara sobre a questão dos desaparecimentos forçados e da tortura sob custódia policial.
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