Amnistia Internacional desencadeia campanha pela libertação de ativistas
A Amnistia Internacional (AI) desencadeou hoje uma campanha para exigir a "liberação imediata e incondicional" de 11 ativistas dos direitos humanos detidos há 100 dias na Turquia.
© D.R.
Mundo Turquia
O procurador de Istambul pediu no domingo entre sete anos e meio a 15 anos de prisão para 11 militantes dos direitos humanos, na maioria detidos em julho e acusados de ligações com uma "organização terrorista".
Entre os acusados inclui-se Idil Eser, diretora da AI na Turquia e Taner Kiliç, presidente desta organização no país euroasiático, e ainda um cidadão alemão e outro sueco.
Nove dos militantes, oito deles atualmente detidos, estão indiciados por "assistência a uma organização terrorista armada", enquanto Kiliç é perseguido por "pertença a uma organização terrorista".
Ao celebrarem-se 100 dias das suas detenções, a AI promove a partir de hoje uma campanha global pela libertação imediata e incondicional destes 11 defensores dos direitos humanos na Turquia.
"Há 100 dias, os nossos colegas foram detidos por defenderem os direitos humanos. Cada dia que passa expõe o longo alcance da repressão pós-golpe e as profundas fraturas no sistema de justiça da Turquia", refere em comunicado John Dalhuisen, diretor da Amnistia Internacional (AI) para a Europa.
"Este indiciamento é uma mistura tóxica entre intimidações e falsidades, que não foi submetido a um único escrutínio. Insiste em alegações ambíguas que não devem ter lugar num tribunal que deseje ser respeitado", indica o texto.
Após três meses de investigação, ainda não foi emitida qualquer indiciamento evidente pela procuradoria turca.
Nos próximos dias, os ativistas desta organização não-governamental de direitos humanos vão promover em mais de 25 países cerca de 200 iniciativas para assinalar o aniversário de Idil Eser. As atividades incluem uma festa de aniversário no Parlamento europeu e uma conferência de imprensa numa prisão "improvisada" em Madrid, com objetos pessoas da diretora AI Turquia, para vincar a sua presença.
"Perseguir defensores dos direitos humanos foi claramente a forma de enviar uma mensagem de que a dissidência não será tolerada. Mas a coragem de Idil Eser e dos seus colegas e o apoio que garantiram em todo o mundo acabou por emitir uma clara menagem: as vozes críticas não podem ser silenciadas", assinalou ainda John Dalhuisen.
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