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Médicos Sem Fronteiras acusam polícia da UE de violência contra crianças

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) reiteraram hoje acusações contra polícias croatas, húngaros e búlgaros que, alegadamente, cometeram atos de violência contra migrantes que tentaram entrar na União Europeia, sobretudo menores de idade.

Médicos Sem Fronteiras acusam polícia da UE de violência contra crianças
Notícias ao Minuto

10:53 - 05/10/17 por Lusa

Mundo Missão

"A violência contra as crianças e os jovens que hoje tentam deixar a Sérvia é constante e ela é, na maioria dos casos, exercida por polícias nas fronteiras dos Estados-membros da União Europeia (UE)", denunciou, num comunicado, Stéphane Moissaing, que dirige a missão dos MSF na Sérvia.

"Há mais de um ano que os nossos médicos e enfermeiros ouvem a mesma coisa, as mesmas histórias repetitivas de jovens espancados, humilhados e atacados por cães, pelo simples facto de pretenderem desesperadamente continuar o seu caminho", denunciou o responsável humanitário.

No decurso dos seis primeiros meses deste ano, 92% das crianças e adolescentes que recorreram às clínicas móveis dos MSF contaram casos de violência física pelas autoridades fronteiriças croatas, húngaras e búlgaras, indicou a organização.

Cerca de metade (48%) destes 92% acusou as autoridades búlgaras.

Durante este período, as clínicas móveis dos MSF em Belgrado identificaram 62 casos de violência intencional na fronteira da Sérvia e da Hungria (24 na fronteira com a Croácia).

"É vergonhoso que países membros da União Europeia usem intencionalmente a violência para impedir crianças e jovens de pedir asilo à UE", disse Moissaing.

Estes atos violentos causam "sérios danos físicos e psicológicos e deixam estas crianças ainda mais vulneráveis. Empurram-nas para os braços dos traficantes que a UE pretende combater", acrescentou.

As organizações humanitárias como os MSF e os Médicos do Mundo denunciam regularmente os atos de violência de que são vítimas os migrantes.

Centenas de milhares de migrantes, a maior parte a fugir dos conflitos no Médio Oriente, passaram pelos Balcãs em rota para a europa Ocidental, até ao encerramento desta rota, em março de 2016.

Como consequência, muitos milhares estão bloqueados na Sérvia. No entanto, dezenas continuam diariamente a tentar prosseguir o caminho.

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