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Amnistia Internacional exige proteção para refugiados do Burundi
Milhares de refugiados do Burundi na Tanzânia e no Uganda estão a ser pressionados para regressarem ao país de origem, onde correm o risco de serem assassinados, torturados ou violados, alertou hoje a Amnistia Internacional.
© Reuters
Mundo Burundi
Verifica-se um constante clima de medo no Burundi, dois anos após as mudanças constitucionais ordenadas por Nkurunziza após as eleições, apesar de ter sido fortemente criticado pelos grupos de direitos humanos.
Desde 2015 que mais de 400 mil pessoas abandonaram o país por recearem o aumento da violência.
A Amnistia Internacional entrevistou 129 cidadãos do Burundi, refugiados na Tanzânia e no Uganda, e que indicam que muitos foram perseguidos pelo governo do presidente Pierre Nkurunziza, nomeadamente em ações ocorridas no passado mês de maio.
Dezasseis pessoas alegaram terem sido alvo de torturas e maus tratos durante o período em que estiveram detidos, incluindo um jovem que esteve preso na província de Kirundo, no norte do Burundi.
"Eles torturaram-nos para que confessássemos que tínhamos estado envolvidos com os rebeldes", disse o jovem.
Um número cada vez mais elevado de pessoas continua a fugir do Burundi por causa da repressão e da segurança, apesar das garantias do governo, sublinha a Amnistia Internacional que acusa os países de acolhimento de estarem a forçar os refugiados a regressarem ao país.
A Tanzânia e o Uganda suspenderam em junho o programa de atribuição de asilo.
O presidente da Tanzânia, que visitou um campo de refugiados com mais de 240 mil pessoas, pediu às pessoas para regressarem ao Burundi.
"É imperativo que a Tanzânia e o Uganda continuem a garantir locais seguros para os refugiados do Burundi, de acordo com as leis internacionais", referem os investigadores da organização de defesa de direitos humanos com sede em Londres.
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