Líderes religiosos sauditas acusados de incitamento ao ódio
A organização Human Rights Watch acusou hoje alguns líderes religiosos e instituições sauditas de incitarem ao ódio e à discriminação contra as comunidades religiosas, incluindo a minoria xiita no país.
© Reuters
Mundo Human Rights Watch
O relatório 'Eles não são nossos irmãos: o discurso do ódio dos responsáveis sauditas', da Human Rights Watch, indica que a Arábia Saudita permite aos líderes religiosos designados pelo governo "diabolizarem" as minorias religiosas através de documentos oficiais.
Ao longo dos últimos anos, os líderes religiosos têm utilizado também a "internet e as redes sociais" para "incitarem ao ódio contra os muçulmanos xiitas e todos os que não se "enquadram" nas posições oficiais, refere a organização de defesa dos direitos humanos, com sede nos Estados Unidos.
A Arábia Saudita é uma monarquia absolutista que se pauta pelo wahhabismo, uma interpretação sunita do Islão.
A minoria xiita está concentrada, sobretudo, nas regiões orientais do reino onde é acusada de colaborar com as "ingerências do Irão" (país de maioria xiita).
Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch para o Médio Oreinte, considera que o "discurso do ódio prolonga a discriminação sistemática" contra a minoria xiita utilizado por "grupos violentos" como o Estado Islâmico ou a Al Qaeda nos ataques contra os xiitas.
O relatório sublinha também a existência de uma tendência anti xiita no sistema judicial e nos programas religiosos do Ministério da Educação.
Apesar dos ataques contra os xiitas, a Human Rights Watch frisa que a mesma atitude é também notada nas posições em relação aos judeus e aos cristãos residentes na Arábia Saudita.
O mesmo relatório destaca as declarações de um líder religioso durante um discurso oficial contra as minorias: "Eles não são nossos irmãos (...) eles são irmãos de Satanás".
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