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Catalunha: Eurodeputados condenam "estado de sítio" imposto por Madrid

Quase 50 eurodeputados, na maioria de esquerda e ecologistas, condenaram hoje numa carta ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, "o estado de sítio" na sua opinião imposto à Catalunha, após as detenções de altos responsáveis independentistas.

Catalunha: Eurodeputados condenam "estado de sítio" imposto por Madrid
Notícias ao Minuto

19:19 - 22/09/17 por Lusa

Mundo Espanha

Recordando que "14 altos responsáveis do Governo regional catalão foram detidos pela Guardia Civil e cinco dos seus ministérios foram alvo de buscas", estes 48 eurodeputados (em 751) sustentam que "a Catalunha vive, de facto, sob um estado de sítio não declarado que viola os tratados da União Europeia e a Carta dos Direitos Fundamentais da UE".

"Estas ações são inaceitáveis e nós pedimos-vos que recuem imediatamente", acrescentam os parlamentares europeus na carta, assinada nomeadamente pela socialista portuguesa Ana Gomes, o francês José Bové (Verdes) e a vice-presidente do grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, a belga Helga Stevens.

"As ações repressivas e as ameaças das autoridades espanholas, principalmente da polícia espanhola, contra funcionários, deputados, autarcas, órgãos de comunicação social, empresas e cidadãos, nos últimos dias, constituem não só uma violação dos direitos fundamentais, como também uma má abordagem para gerir uma questão política", consideram os signatários da carta.

"A utilização da justiça e de ações judiciais para lidar com um assunto de natureza política é um erro (...) e um abuso de poder", insistem, fazendo um apelo.

"Apelamos ao Governo espanhol para parar imediatamente com tais ações repressivas, a parar de violar os direitos cívicos e a desempenhar um papel construtivo, bem como a encetar imediatamente um diálogo com as autoridades catalãs".

O referendo sobre a independência da Catalunha, proibido pelo Tribunal Constitucional espanhol, continua marcado para 01 de outubro, apesar de as operações policiais terem desferido um duro golpe na sua organização.

A polícia espanhola apreendeu na quarta-feira, nos arredores de Barcelona, quase 10 milhões de boletins de voto que iam ser utilizados no referendo de 01 de outubro, e numa outra operação revistou uma série de edifícios do Governo regional e deteve 14 pessoas alegadamente envolvidas na preparação da consulta popular.

Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.

Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis.

O conflito entre Madrid e a região mais rica de Espanha, com um PIB superior ao de Portugal, cerca de 7,5 milhões de habitantes, um terço da área de Portugal, uma língua e culturas próprias, arrasta-se há várias décadas.

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