Mais de 650 escritores catalães assinam manifesto a favor de referendo
Mais de 650 escritores e profissionais do mundo literário catalão assinaram um manifesto a favor do referendo de 01 de outubro, entre os quais figuram Jaume Cabré, Albert Sánchez Piñol, Lluís-Anton Baulenas e Quim Monzó.
© Reuters
Mundo Catalunha
O manifesto, promovido por um grupo de escritores, obteve até ao passado dia 16 mais de 650 adesões, mas, segundo os seus promotores, "depois dos factos de 20 de setembro, é ainda mais necessário".
No documento, os escritores afirmam: "Trabalhamos com a palavra para tentarmos expressar-nos e construir imagens em que possamos reconhecer-nos e em que os leitores se revejam; o nosso desafio é fazer tudo isso o melhor de que formos capazes, e isso quer dizer também com a máxima liberdade. Por isso, muitas vezes estamos entre os primeiros que reclamam e zelam pela liberdade de expressão".
Os signatários do texto sentem-se "interpelados" pelo apelo feito pelo Governo regional da Catalunha aos cidadãos para dizerem, num referendo entretanto travado pelo Tribunal Constitucional espanhol, se querem que a Catalunha seja um Estado independente com a forma de república ou continue a ser uma comunidade autónoma do reino de Espanha.
Segundo os escritores, a resposta do Estado espanhol está a ser "hiperbólica, egocêntrica, de um híper-legalismo histriónico e de uma sobranceria comida pela traça" que impediu o debate político sereno e "agora, já atenta sem escrúpulos contra a liberdade de expressão e outros direitos fundamentais".
No passado domingo, 17 de setembro, outro manifesto, desta vez contra a participação no referendo de 01 de outubro, foi assinado por quase um milhar de intelectuais e artistas que se declaram "de esquerda", por considerarem que se trata de uma "fraude antidemocrática" e de uma convocatória "armadilhada", contrária à tomada de uma decisão livre pelo povo catalão.
O documento, publicado no diário espanhol El País, apelava à não-participação dos cidadãos catalães na consulta, independentemente de qual for a sua posição em relação à autodeterminação da Catalunha.
"Rejeitamos o 01 de outubro por ser uma armadilha antidemocrática. E instamos à não-adesão a esta convocatória, que é o oposto a um exercício de livre decisão do povo da Catalunha", sustentam os signatários.
Entre eles, estão o escritor Juan Marsé, a cineasta Isabel Coixet, a atriz Rosa María Sardá e o designer Javier Mariscal, todos catalães.
Também subscreveram a declaração os escritores espanhóis Javier Cercas, Javier Marías, Juan José Millás, Rosa Montero, Ignacio Martínez de Pisón e Manuel Rico, os cineastas Fernando Colomo e José Luis Guerín e a atriz Marisa Paredes, entre outros.
O texto, promovido pela associação 'Recortes Cero' (Cortes Zero) e que aparece publicado em espanhol e catalão, argumenta que a convocatória do referendo não é transparente, nem estabelece um mínimo de participação e que, ao avançar para ela, o governo regional (que só representa 36%) "marginalizou" a oposição.
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