Maioria de muçulmanos na Europa sente-se ligada ao país em que vive

Três quartos dos muçulmanos que vivem na Europa dizem que se sentem ligados ao país em que residem, apesar de mais de um terço se considerar vítima de discriminação, segundo um estudo baseado em mais de 10.000 inquéritos.

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Lusa
21/09/2017 17:52 ‧ 21/09/2017 por Lusa

Mundo

Estudo

A agência europeia para os direitos fundamentais (FRA, Fundamental Rights Agency) inquiriu 10.527 pessoas, em 2016, que se disseram de confissão muçulmana e que residiam em 15 países da União Europeia, estudo cujas conclusões foram divulgadas hoje em Viena.

O inquérito foi feito tanto a imigrantes como a filhos de imigrantes já nascidos na UE, residentes na Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Malta, Reino Unido e Suécia.

"A grande maioria dos muçulmanos na UE tem um sentido elevado de confiança nas instituições democráticas, apesar de sofrer discriminação e assédio generalizado", afirma a agência em comunicado.

Segundo o estudo, 76% dos inquiridos dizem-se "fortemente ligados" ao país em que vivem.

Numa escala de 1 a 5, essa ligação é mais elevada entre os muçulmanos residentes na Finlândia, Suécia, Reino Unido, França e Bélgica e mais fraca em Itália, Áustria e Grécia.

Em dois países, França e Holanda, a ligação ao país dos filhos de imigrantes é mais fraca que a dos pais.

Quanto à confiança nas instituições democráticas, como o sistema judicial, a polícia ou o parlamento, os muçulmanos registam valores em média mais elevados que o resto da população.

Estes resultados "descredibilizam completamente a afirmação de que os muçulmanos não estão integrados nas nossas sociedades", afirma no relatório do diretor da FRA, Michael O'Flaherty.

Questionados sobre a visão que têm de algumas das diferenças culturais habitualmente apontadas, quase metade (48%) dos muçulmanos responde estar "completamente à vontade" com a ideia de alguém da sua família se casar com alguém de outra religião.

Em contrapartida, um terço dos não-muçulmanos afirma que não gostaria que um filho ou filha tivesse uma relação amorosa com um muçulmano.

Outra vertente do inquérito avalia a discriminação, concluindo que quatro em cada dez muçulmanos (39%) dizem ter-se sentido discriminados nos últimos cinco anos devido à sua origem ou religião, sobretudo na procura de casa e de emprego.

Quatro em cada dez (39%) mulheres que usam véu islâmico dizem ter sido alvo de "gestos ou olhares" ofensivos.

Mais de um quarto (27%) dos muçulmanos interrogados diz que a discriminação assumiu a forma de "assédio", mas menos de 10% dos que o disseram apresentou queixa ou denunciou os factos.

As queixas de discriminação são em maior número entre muçulmanos do Norte de África a residir na Holanda (49%), Itália (33%) e França (31%). Na Alemanha, 18% dos turcos interrogados disseram sentir-se discriminados no ano anterior.

Cerca de 20 milhões de europeus são muçulmanos, representando uns 4% da população total da UE.

A agência considera baixa a aceitação dos muçulmanos pela restante população europeia, com uma em cada cinco pessoas, em média, a afirmar que não gostaria de ter vizinhos de fé islâmica.

A aceitação é mais baixa em Chipre, com 36% da população a manifestar aquela postura, seguido da Áustria e de Malta, ambos com 31%.

No extremo oposto surgem França (7%), Reino Unido (12%), Espanha e Dinamarca, ambas com 13%.

 

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