Milhares rodearam instalação autonómica tentando impedir saída de agentes
A comitiva judicial e os membros da Guardia Civil que entraram terça-feira de manhã no Ministério da Economia continuaram noite dentro nas instalações, porque milhares de pessoas estavam concentradas no exterior, tentando impedir a sua saída. Só pelas 9h30 desta manhã os últimos agentes conseguiram abandonar o local.
© Lusa
Mundo Guardia Civil
Os Mossos d'Esquadra, a polícia responsável pela ordem pública, não abriram qualquer corredor de segurança para permitir a saída da comitiva, se bem que voluntários da Assembleia Nacional Catalã (ANC) tenham estabelecido um cordão de segurança perante o edifício, situado no final da Rambla da Catalunha, próxima da confluência com a Grande Via de Barcelona.
Só cerca das 9h30 é que os últimos agentes conseguiram deixar as instalações, isto após quase 24 horas no local, que esta manhã retomava a atividade laboral.
As três viaturas da Guardia Civil que tinham ficado à porta do Ministério foram destruídas, num protesto após a detenção de 14 altos dirigentes da Generalitat, por organizarem um referendo sobre a independência da Catalunha.
Frente à sede do governo autónomo foi montado um palco improvisado, no qual atuaram diversos artistas e, por várias ocasiões, falaram dirigentes da ANC e da Òmnium Cultural.
Ao fim de quarta-feira, o presidente da Òmnium, Jordi Cuixart, e o da ANC, Jordi Sánchez, discursaram e apelaram aos concentrados que dissolvem a concentração.
Cuixart sugeriu que se reunissem na quinta-feira, às 12h00, frente à sede do Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha, pedindo-lhes que abandonassem o local, mas os manifestantes gritaram "Nem um passo atrás!".
A entrada no Departamento de Economia foi ordenada pelo titular do julgado de instrução de Barcelona, que está a investigar cerca de 20 pessoas, por delitos relacionados com a preparação do referendo sobre a independência da Catalunha, convocado pelo Governo da Catalunha (Generalitat) e suspendido pelo Tribunal Constitucional.
Quando foi divulgada esta atuação, várias organizações independentistas convocaram os seus apoiantes para a sede do Departamento de Economia, onde chegaram a estar 40 mil pessoas.
A operação determinada pelo juiz conduziu à detenção de 14 altos dirigentes da Generalitat, dos quais três foram libertados, depois de se terem negado a prestar declarações à Guardia Civil.
Vários detidos estão no quartel da Guardia Civil de Travessera de Gràcia de Barcelona, entre os quais o secretário das Finanças do Departamento de Economia, Lluís Salvadó. Outros detidos foram transferidos para a Cidade da Justiça.
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