Coligação separatista apela à mobilização contra "assalto" na Catalunha
O coordenador geral do partido separatista espanhol EH Bildu apelou hoje à sociedade basca para que se mobilize perante o "assalto" de "tropas da Guardia Civil" hoje de manhã "ao Palácio da Generalitat", sede do Governo catalão.
© Reuters
Mundo Espanha
A Guardia Civil espanhola deteve 14 pessoas na Catalunha, entre as quais vários quadros do governo autónomo, e está a proceder a buscas em 22 locais em Barcelona relacionados com o referendo independentista, suspenso pelo Tribunal Constitucional.
O coordenador geral do Euskal Herria Bildu (EH Bildu), Arnaldo Otegui, reuniu-se hoje "de urgência" com seis dirigentes da coligação nacionalista, na capital do País Basco, Vitória, devido à "grave" situação que se vive na Catalunha.
O dirigente independentista condenou que "tropas da Guardia Civil, chegadas por mar", tenham "assaltado o Palácio da Generalitat", uma operação policial para impedir o referendo de 01 de outubro.
"Não existe Estado democrático no Estado espanhol" nem "um interlocutor democrático" com quem discutir o processo de soberania catalão, sustentou Otegui, que considerou que o Partido Nacionalista Basco "não pode continuar nem mais um minuto a apoiar este Governo antidemocrático" que "está disposto a usar a força para impedir que os catalães" decidam o seu futuro.
"Exigimos-lhes que o corrijam e que o façam urgentemente, já, porque senão, serão cúmplices" do que está a acontecer, acrescentou.
Perante a atual situação, o líder do EH Bildu defendeu "a mobilização popular" que, no seu entender, "será a chave" dos acontecimentos nos próximos dias.
O responsável apelou aos cidadãos bascos para que apoiem, esta tarde, as concentrações que a coligação convocou em frente às autarquias de vilas e cidades do País Basco "em solidariedade com a Catalunha" e para "denunciar um Estado autoritário e antidemocrático" e "defender a soberania nacional" basca.
Otegui também felicitou o povo catalão por "tomar as ruas", porque "estas são" dos catalães "e não da Guardia Civil" e anunciou que a formação que lidera "vai intensificar" as relações com os partidos políticos "democráticos" e os agentes sociais e sindicais "para articular a defesa da soberania de Euskal Herria" (País Basco, em basco).
O conflito entre Madrid a Catalunha, a região mais rica de Espanha, com uma língua e cultura próprias, cerca de 7,5 milhões de habitantes e um PIB superior ao de Portugal, arrasta-se há várias décadas.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis.
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