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ONU diz que abertura de Suu Kyi "é bom sinal" para entrar na Birmânia

A missão da ONU sobre direitos humanos na Birmânia considerou hoje a abertura da líder birmanesa para receber os mais de 420 mil refugiados rohingya "um bom sinal" face às tentativas, até agora frustradas, para entrar no país.

ONU diz que abertura de Suu Kyi "é bom sinal" para entrar na Birmânia
Notícias ao Minuto

13:51 - 19/09/17 por Lusa

Mundo Missão

A presidente da missão de estabilização para a Birmânia, Marzuki Darusman, destacou dois aspetos principais do discurso da líder de facto da Birmânia (Myanmar), Aung San Suu Kyi: a "disponibilidade categórica" do Governo birmanês para receber os retornados e a sua aceitação para ser "globalmente escrutinada pela comunidade internacional".

Darusman lamentou o recrudescimento da violência no último mês, que já levou mais de 421 mil rohingya a refugiarem-se no Bangladesh, e pediu ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas uma extensão de seis meses do prazo para apresentar o primeiro relatório da sua equipa.

Os investigadores da ONU reiteraram hoje o apelo "a um acesso completo e sem obstáculos" ao país, demonstrando "grande preocupação" sobre os direitos humanos, mas as autoridades birmanesas voltaram a recusar.

"Reiteramos a nossa posição de nos dissociarmos desta resolução", estabelecida pela missão, disse o embaixador birmanês perante as Nações Unidas em Genebra, Htin Lynn, que sustentou que "a criação de uma entidade deste tipo não ajuda ao curso da ação para resolver a já de si complicada questão de Rakhine [estado birmanês onde residem os rohingya] e os esmagadores desafios".

Darusman relatou assassinatos em massa, o uso excessivo de força, tortura e mais tratos, violência sexual e baseada no género, e a destruição e queima de cerca de 200 povoações inteiras, num ato que as Nações Unidas já descreveram como uma "limpeza étnica".

A nova crise de violência eclodiu no passado dia 25 de agosto, depois de um ataque de um grupo rebelde rohingya contra vários postos policiais e militares, que teve como resposta uma operação militar que provocou a fuga de cerca de 421 mil pessoas desta minoria.

O embaixador sublinhou que "nada justifica o terrorismo" e assegurou que a resposta das forças de segurança é "proporcional" e "unicamente dirigida a terroristas", com o fim de salvaguardar a soberania do Estado birmanês e restaurar o império da lei e da ordem.

Lynn acrescentou que após os ataques de outubro passado, o Governo "fez esforços não só para restaurar a paz, a lei e a ordem, como para promover a harmonia entre as duas comunidades".

O diplomata também indicou que, na sequência dos continuados ataques terroristas dos rebeldes rohingya, membros das comunidades muçulmana, hindu e budista, bem como minorias étnicas como as mro, daingnet e kaman foram "assassinados e deslocados".

A líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, disse hoje que o país está "pronto" para organizar o regresso dos rohingyas refugiados no Bangladesh e afirmou "lamentar profundamente" a situação dos civis apanhados pela crise no estado de Rakhine.

A líder birmanesa disse que "apesar de todos os esforços" o Governo não conseguiu acabar com o conflito.

"Não é intenção do Governo evitar as responsabilidades", disse Suu Kyi, em Naypyidaw, capital da Birmânia, perante diplomatas, autoridades e jornalistas.

Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, sublinhou que "condena todas as violações dos direitos humanos".

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