Colômbia: 32 paramilitares condenados por homicídios e desaparecimentos
A justiça colombiana condenou hoje 32 ex-paramilitares a oito anos de prisão no âmbito de um julgamento histórico que permitiu resolver cerca de 1.000 homicídios ou desaparecimentos datados do início do século.
© Reuters
Mundo Justiça
Os paramilitares pertenciam às Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC, extrema direita), que foram criadas no nordeste da Colômbia em meados da década de 90 para combater a guerrilha de esquerda, tendo sido dissolvidas em 2006.
A Lei da Justiça e da Paz, resultante do pacto concluído em 2006 com o governo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), prevê penas reduzidas para os paramilitares que concordaram em desmobilizar, confessar os seus crimes e compensar as vítimas.
O Ministério Público colombiano considerou que este foi um "julgamento histórico", destacando que a condenação permite "garantir o respeito pelo direito fundamental à justiça para as vítimas do conflito armado colombiano".
Este conflito envolveu guerrilheiros, paramilitares e forças de segurança e causou mais de 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 7,1 milhões de deslocados.
"O julgamento permitiu resolver 250 homicídios, 324 casos de desaparecimentos, 213 deslocamentos forçados, 173 recrutamentos ilegais e 14 casos de violência de género", destacou o Ministério Público da Colômbia.
Esta sentença reconhece a existência de 4.260 vítimas diretas e indiretas da AUC.
Em 2016 foi assinado, na Colômbia, um acordo de paz histórico com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e, no início de setembro, foi concluído o primeiro cessar-fogo bilateral com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o último grupo armado rebelde ativo no país.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com