Juncker aponta cinco prioridades para a UE aproveitar "vento favorável"
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou hoje, no seu discurso sobre o Estado da União, que a Europa deve aproveitar o "vento favorável" atual para construir uma Europa "mais forte", e apontou cinco prioridades para próximo ano.
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Mundo Estado
Dirigindo-se ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, Juncker deu conta do programa de trabalho da Comissão para 2018, realçando cinco áreas onde deseja ver a União Europeia mais forte: no comércio, indústria, alterações climáticas, cibersegurança e migrações.
"O vento é outra vez favorável, temos agora uma janela de oportunidade, mas que não vai ficar aberta para sempre. Aproveitemos por isso ao máximo o bom momento, e o vento nas nossas velas", disse, apontando então algumas das áreas onde considera que a Europa pode e deve fazer mais.
De acordo com o presidente da Comissão Europeia, a UE deve reforçar o programa comercial europeu e fechar acordos comerciais com vários parceiros, tornar a sua indústria "mais forte e competitiva", respeitando os consumidores em vez de os enganar (num "recado" dirigido à indústria automóvel europeia), liderar o combate às alterações climáticas, proteger melhor os cidadãos europeus na Internet e continuar a trabalhar no plano das migrações.
"Mesmo isto não é suficiente se queremos ganhar o coração dos europeus", sustentou, sublinhando a necessidade de dar novos passos concretos no processo de repensar o futuro da União Europeia, iniciado há cerca de um ano.
Juncker defendeu também a fusão entre comissário das Finanças e presidente do Eurogrupo.
"Precisamos de um ministro europeu da Economia e Finanças, alguém que acompanhe as reformas estruturais nos nossos Estados-membros. Ele pode apoiar-se no trabalho levado a cabo pela Comissão desde 2015, no quadro do seu serviço de apoio à reforma estrutural", apontou.
Segundo o presidente do executivo comunitário, "este ministro europeu da Economia e Finanças deveria coordenar o conjunto dos instrumentos financeiros da UE quando um Estado-membro entra em recessão ou é atingido por uma crise que ameace a sua economia".
"Não sou pela criação de uma nova função. Por razões de eficácia, defendo que esta tarefa seja confiada ao comissário europeu responsável pela Economia e Finanças - idealmente vice-presidente da Comissão - e presidente do Eurogrupo", esclareceu.
"Devemos avançar, porque o Brexit não é tudo, não é o futuro da Europa"
Por outro lado, o presidente do executivo comunitário argumentou que uma Europa com robustas fronteiras externas, como deve ser o caso, também tem de ser "inclusiva", e sustentou que é chegada a altura de dar acesso ao espaço Schengen a Roménia e Bulgária, e, em breve, à Croácia, assim que este país cumprir todos os critérios.
No mesmo sentido, Juncker manifestou o desejo de ver mais países aderirem à zona euro, pois o euro deve ser mais que a moeda de um grupo de países, e deve servir "para unir o continente, e não dividi-lo".
O presidente da Comissão Europeia defendeu ainda a celebração de uma "cimeira especial" a 30 de março de 2019, no primeiro dia pós-Brexit, que assinale o nascimento de uma nova União Europeia a 27 mais unida, forte e democrática.
Na parte final do seu discurso sobre o Estado da União, Juncker lembrou que "29 de março de 2019 será o dia em que o Reino Unido deixará a União Europeia", num momento que classificou como "muito triste e trágico" na história do projeto europeu.
"Mas devemos avançar, porque o Brexit não é tudo, não é o futuro da Europa. A 30 de março de 2019 seremos uma União a 27, e proponho que nos preparemos bem", disse, lembrando que algumas semanas depois da concretização da saída do Reino Unido terão lugar (em maio) as eleições europeias, "um encontro importante com a democracia europeia".
"Será o momento de nos reunirmos para tomar as decisões necessárias à construção de uma Europa mais unida, mais forte, mais democrática", disse.
O discurso de Juncker, durante a sessão plenária de rentrée do Parlamento Europeu, teve início às 09h00 locais (08h00 de Lisboa) e será seguido de um debate, que assinala o início do diálogo com o Parlamento e o Conselho, tendo em vista a elaboração do programa de trabalho da Comissão para o ano seguinte, neste caso 2018.
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