"Tem havido um aumento da atividade russa marítima no Norte Atlântico. Isso não é necessariamente indicador de hostilidade mas não é mau se tivermos uma melhor compreensão do que se está a passar", disse Piers Cazalet, num encontro com jornalistas, na sede da NATO, em Bruxelas.
O responsável afirmou que a posição geográfica e a "tradição marítima" de Portugal podem conferir ao país "um papel-chave em termos de desenvolver esta política e também em termos de contribuir para as capacidades" marítimas da Aliança.
"A longo prazo", acrescentou, pode haver da parte da NATO "pedidos no âmbito do planeamento [da Organização] para que os países membros aumentem as suas capacidades marítimas".
Piers Cazalet considerou que a nova estratégia não contribui "necessariamente" para um eventual aumento de tensão com a Rússia.
Para a NATO, disse, o objetivo de reforçar a presença no Atlântico Norte é "uma resposta normal da Aliança para manter abertas as linhas de segurança e defesa entre os EUA e a Europa" e "monitorizar melhor o que se passa no Atlântico Norte".
O reforço das capacidades marítimas da NATO após anos de investimento mais focado nas operações terrestres, e uma "maior atenção ao Atlântico Norte", a par do Mar Egeu, do Báltico e do Mar Negro, mereceu "um consenso" entre os países da Aliança, subscrito por Portugal, disseram outras fontes da Organização.
Esta orientação está a ser trabalhada atualmente no seio da Aliança Atlântica, que deverá tomar decisões sobre a forma de concretizar este reforço em fevereiro do próximo ano, podendo implicar alterações na estrutura de comando da Organização, segundo as mesmas fontes.