Agência Internacional garante que Irão está a cumprir acordo nuclear
O Irão está a cumprir os termos do acordo nuclear alcançado em 2015, garantiu a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) num relatório hoje divulgado.
© Reuters
Mundo Relatório
No relatório, a AIEA confirmou que Teerão não enriqueceu urânio com níveis proibidos, nem armazenou ilegalmente urânio pouco enriquecido ou água pesada.
Esta garantia da agência das Nações Unidas está a ser encarada como uma informação de grande importância, uma vez que está previsto que o Presidente norte-americano, Donald Trump, vá em outubro ao Congresso norte-americano para falar sobre o acordo nuclear, nomeadamente sobre o cumprimento ou o incumprimento das autoridades iranianas dos termos do protocolo.
Esta avaliação positiva por parte da AIEA surge num contexto de uma crescente tensão entre Washington e Teerão.
O acordo nuclear entre o Irão e o grupo de países 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China - e a Alemanha) foi alcançado em julho de 2015 em Viena, ainda sob a alçada da administração do Presidente Barack Obama (democrata).
O acordo foi assinado com o objetivo de garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
Desde que entrou em vigor, a 16 janeiro de 2016, a administração americana certifica-se, a cada 90 dias perante o Congresso, de que Teerão está a respeitar os termos acordados.
Em outubro, Trump - que tem lançado duras críticas às autoridades iranianas - fará essa certificação, depois de ter afirmado, em julho último, ao jornal The Wall Street Journal que ficaria "surpreso" se o Irão estivesse a cumprir o acordo.
Durante a campanha para as presidenciais americanas, Trump chegou a ameaçar "rasgar" o acordo, considerado como um dos principais sucessos diplomáticos de Obama, que classificou como "horrível".
A tensão entre os dois países aumentou ainda mais este verão, quando Washington impôs ao Irão um conjunto de sanções jurídicas e financeiras não relacionadas com as atividades nucleares do país.
Em reação, Teerão ameaçou na altura que iria responder "de forma adequada" às sanções americanas.
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