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Na reação a ataques, Islão é alvo de ira em Espanha

Quatro mesquitas vandalizadas com pinturas, um menor agredido e gritos de revolta em Ripoll. O duplo ataque na Catalunha atiçou a islamofobia.

Na reação a ataques, Islão é alvo de ira em Espanha
Notícias ao Minuto

09:55 - 23/08/17 por Pedro Filipe Pina

Mundo Islamismo

O jihadismo voltou a fazer vítimas na Europa. A Catalunha foi palco do maior atentado em território espanhol desde o dia 11 de março de 2004, em Madrid.

Na altura, também o jihadismo estava na origem do ataque. Mas a reação em Espanha não foi a mesma, em parte porque havia uma guerra no Iraque quetinha contado com o ‘OK’ do Governo espanhol.

Mas, como adianta um especialista ao El Pais, a situação agora parece ser diferente. A célula terrorista conta com vários jovens que estavam aparentemente integrados em Espanha, o que torna o fenómeno ainda mais complexo. Mas há também outro alerta sobre a forma como a islamofobia e o terrorismo jihadista ‘se alimentam um do outro’.

Na segunda-feira, em Valência, um jovem de origem marroquina de 14 anos foi agredido aos pontapés por um adulto que o insultou: “mouro de merda”, gritava. Esteban Ibarra, que integra uma plataforma pela tolerância, fala ao mesmo jornal de “uma onda brutal de islamofobia” que se tem propagada em plataformas como o Whatsapp.

As mesquitas de Granada, Sevilha, Logroño e Fuenlabrada denunciaram porestes dias episódios de vandalismo, nomeadamente negócios de muçulmanos vandalizadas com insultos pintados nas paredes.

Na sede da Fundação Mesquita de Sevilha surgiram palavras como “assassinos” e “Stop Islam”, sendo que esta última foi uma hashtag que ganhou destaque no Twitter em Espanha nos últimos dias.

Estas quatro mesquitas têm também páginas no Facebook onde por estes dias muito se tem recriminado o ataque, ao mesmo tempo que se vai lembrando que o Islão não é sinónimo de violência jihadista. São mesquitas que estiveram também representadas numa marcha em Madrid, promovida por muçulmanos, contra os ataques. Mas em alguns casos parece haver um claro ‘antes e depois’ do duplo atentado.

Ripoll depois do ataque

O El Mundo conta que o ambiente é de distância e alguma tensão em Ripoll, uma pequena localidade catalã com uma uma comunidade muçulmana, uma que é agora associada por alguns ao ataque devido ao facto de o imã local, morto numa explosão em Alcanar, ser suspeito não só de pertencer à célula como até de ser o líder do grupo terrorista.

Ripoll, que nunca tinha sido notícia internacional, serviu de base ao grupo de radicalizados que fez 15 vítimas na Catalunha.

Nalguns locais da vila surgem frases como “Basta de Islamização, Catalunha catalã”.

Ao mesmo jornal, uma muçulmana residente em Ripoll conta que esta semana, quando seguia na rua com a sua mãe, uma mulher as começou a chamar de “assassinas”.

“Vão para o vosso país. Os nossos não matam, os vossos sim”, dizia-lhes. Não responderam. Mas admitiu que “é muito difícil viver assim”.

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