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Bancos dos EUA evitam receber dinheiro da indústria legal da marijuana
Milhares de milhões de dólares devem fluir pelo Estado da Califórnia, em 2018, graças à indústria legítima da marijuana, quando o seu consumo recreativo se tornar legal, mas a maior parte destas empresas será incapaz de usar os bancos.
© Reuters
Mundo Banca
A razão é que muitos bancos não querem ter nada a ver com o dinheiro da marijuana, por receio problemas judiciais com o governo federal, que lista a marijuana como produto ilegal e regula a indústria bancária.
Há também uma particular incerteza sobre a forma como a Casa Branca vai reagir.
Devido a estes receios, os operadores dos estabelecimentos que fornecem a marijuana, nos 29 Estados onde é legal, para efeitos medicinais ou recreativos, encontram-se com frequência a lidar com quantidades obscenas de liquidez.
Durante a Presidência de Barack Obama, o Departamento de Justiça emitiu orientações para ajudar os bancos a evitar acusações federais quando lidassem com empresas de marijuana em Estados onde este produto fosse legal.
Mas muitos bancos não veem estas orientações como uma proteção contra acusações, que podem incluir ajuda ao tráfico de droga. Consideram ainda que as regras são difíceis de seguir, ao colocarem de facto sobre o banco a responsabilidade pela determinação se a empresa opera dentro da lei.
Por exemplo, o Departamento de Justiça pretende assegurar que os lucros do negócio da marijuana, nos Estados onde é legal, não acabem canalizados para gangues ou cartéis de traficantes.
Os bancos alegam que não sabem como fazer tal determinação.
Apesar de estar a crescer o número e uniões de bancos que querem trabalhar o dinheiro da marijuana, continua a respeitar a uma escassa fração desta indústria.
O Estado do Colorado tentou em 2015 estabelecer uma união bancária para servir a indústria da marijuana, mas foi bloqueado pela Reserva Federal. Uma decisão de um tribunal no último mês pode abrir a porta a mais uma tentativa.
No Estado do Oregon, o Departamento da Receita Pública construiu umas instalações, similares a uma fortaleza, para guardar e contar dinheiro em espécie.
Alguns empresários da marijuana tentaram abrir contas bancárias, criando empresas ou organizações não-governamentais com nomes ambíguos -- por outras palavras, enganado os bancos. Mas estas contas podem ser fechadas se um banco vier a saber de onde vem o dinheiro.
"Não é normal que as pessoas andem por aí com milhões de dólares em espécie. Temos de lidar com esta realidade", lamentou o presidente do Conselho Municipal de Los Angeles, Herb Wesson, que já propôs a criação de um banco municipal destinado a servir o negócio da marijuana.
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