Na cidade de 'The Wire' onde a morte é quotidiana cessar-fogo é esperança
Iniciativa inédita espera juntar líderes de gangues e traficantes num objetivo comum: não matar ninguém durante 72 horas.
© HBO/The Wire
Mundo Baltimore
Baltimore, nos Estados Unidos, foi a cidade-palco das cinco temporadas de 'The Wire'.
A série, elogiada por público e crítica e ainda hoje alvo de ensaios académicos, retrata a violência que se vive diariamente em Baltimore.
A série terminou em 2008 mas, nove anos depois, a realidade retratada mantém-se. Nos últimos anos, a fasquia das 300 mortes por ano foi sendo batida. Este ano, contam-se já 206 homicídios.
Agora, para tentar contrariar isto, surge um desafio que vai tentar juntar traficantes de droga, líderes de gangues e outro tipo de criminosos num objetivo comum: durante 72 horas, "ninguém mata ninguém".
Erricka Bridgeford, de 44 anos, é a ativista responsável por esta iniciativa. Foi a morte de mais de 20 conhecidos seus, entre amigos e familiares, mortos a tiro ao longo dos anos, que a motivou.
Erricka Bridgeford tem-se empenhado neste projeto e conseguiu chamar a atenção de quem normalmente segura a arma ou está em frente à mira. São pelo menos 600 as pessoas habitualmente ligadas ao submundo do crime terão acordado manter a paz.
'Nobody kill anybody' - "ninguém mata ninguém" – é o nome da iniciativa. Começa à meia-noite desta sexta-feira e, se correr tudo bem, permitirá que Baltimore viva, até ao final do próximo domingo, 72 horas sem um único homicídio.
O cessar-fogo agendado conta até com evento no Facebook. É desafio para quem habitualmente resolve problemas a puxar do gatilho, mas é também sinal de esperança para os residentes de uma cidade onde a violência é rotina.
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