UE: Detenção de opositores na Venezuela é "um passo na direção errada"
A União Europeia condenou hoje a detenção de dois líderes da oposição na Venezuela e exigiu mais informações deste caso, que considerou um "passo na direção errada" diante da crise que já deixou mais de 120 mortos no país.
© Reuters
Mundo Federica Mogherini
"Recebemos a notícia da detenção de Leopoldo Lopez, fundador do partido Vontade Popular (Vontade do Povo, de direita) e do autarca de Caracas, Antonio Ledezma", disse aos jornalistas Catherine Ray, porta-voz da Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini.
"Este é claramente um passo na direção errada. Nós exigimos mais informações das autoridades venezuelanas sobre a situação deles, que ainda não está clara", acrescentou a porta-voz.
Os dois líderes apelaram ao povo venezuelano que não participasse nas eleições de domingo para a Assembleia Constituinte, uma votação marcada pela violência e que deixou dez mortos.
"Há algumas semanas, saudamos a transferência de Leopoldo Lopez da prisão para a detenção domiciliária", lembrou Catherine Ray.
"Continuamos a apelar ao Governo da Venezuela para trabalhar em medidas urgentes para restaurar a confiança, com o objetivo de diminuir a escalada das tensões", disse a porta-voz.
Catherine Ray também pediu que o Governo do Presidente Nicolas Maduro "crie as melhores condições para que os esforços realizados a favor uma solução pacífica e negociada possam ser retomados".
Segundo a organização não-governamental Foro Penal, a Venezuela tem cerca de 490 "presos políticos".
A coligação de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) apelou a mais uma manifestação na quarta-feira, em Caracas, para denunciar a "ilegitimidade" da nova Assembleia Constituinte.
Na segunda-feira, a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Diaz, informou que 121 pessoas perderam a vida e 1.958 ficaram feridas desde 01 de abril, quando começou a vaga de protestos contra o Governo de Maduro.
A convocatória para a eleição foi feita a 01 de maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.
A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.
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