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Cruz Vermelha diz que todas as fações no Iémen violam Direito Humanitário

O presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR), Peter Maurer, disse hoje que observou, numa visita ao Iémen, "claros indícios de violações do Direito Humanitário Internacional por parte dos combatentes de todas as fações" em conflito.

Cruz Vermelha diz que todas as fações no Iémen violam Direito Humanitário
Notícias ao Minuto

15:11 - 28/07/17 por Lusa

Mundo CICR

Em entrevista à agência espanhola EFE, Maurer insistiu na necessidade de "mudar o comportamento", não só de todas as partes que combatem no Iémen, mas também dos países envolvidos.

"Sabemos que é um conflito internacionalizado, com uma coligação de países que também está a combater no Iémen, e é necessário que todos estes atores internacionais demonstrem o mesmo respeito pelo Direito Humanitário Internacional", salientou.

Para o presidente do CICR, os dois anos e meio de conflito no Iémen não afastaram o povo iemenita do país. Pelo contrário, deixaram muita gente no meio do fogo cruzado.

"Vemos demasiados ataques contra aquelas instalações que deveriam ser especialmente protegidas, instalações como hospitais ou sistemas de distribuição de água", relatou Maures no gabinete da Cruz Vermelha de Saná, última etapa da sua viagem pelo país.

Maurer insistiu que os militares em conflito devem evitar a todo o custo visar civis, infraestruturas civis e redes de distribuição de eletricidade nas zonas urbanas, uma vez que a sua destruição tem consequências "inaceitáveis" para os habitantes.

Ao longo de sete dias, Maurer visitou três das principais cidades do país: a capital, Sana, controlada pelos rebeldes xiitas huthis; Aden, capital provisória do governo do presidente Abdo Radu Mansur Hadi - reconhecido pela comunidade internacional - e Taiz, em poder das forças leais a Hadi e sob ataque dos huthis.

"Vê-se demasiada infraestrutura civil, demasiados edifícios obviamente civis e demasiada população civil afetada pelo conflito", salientou o responsável da Cruz Vermelha

A guerra no Iémen opõe os rebeldes xiitas 'houthis', aliados do antigo Presidente Ali Abdallah Saleh, às forças leais ao Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, reconhecido pela comunidade internacional.

O conflito intensificou-se desde a intervenção, em março de 2015, da coligação liderada pela Arábia Saudita, potência regional sunita, que acusa dos rebeldes iemenitas de serem apoiados pelo Irão, o seu grande rival xiita.

Esta coligação apoia o Presidente Hadi.

Desde março de 2015, os combates fizeram mais de 8.000 mortos, maioritariamente civis, e mais de 44.500 feridos.

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